Paul Atreides é herói ou vilão? Duna 2 encerra debate de 59 anos

Maysa Vilela

Paul Atreides é herói ou vilão? Duna 2 encerra debate de 59 anos

Após décadas de intenso debate, Duna: Parte 2 traz uma resposta definitiva sobre a natureza do protagonista de Frank Herbert, Paul Atreides (interpretado por Timothée Chalamet). Conhecido como Muad’Dib, a complexidade de Paul vai muito além do papel convencional de herói.

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O sucesso contínuo de Duna deriva, em parte, da sua crítica penetrante ao clichê do “escolhido” na ficção científica, um tema que Denis Villeneuve abraça totalmente em sua adaptação.

O TEXTO CONTÉM SPOILERS!

Ao contrário da interpretação de David Lynch em 1984, onde Paul (Kyle MacLachlan) é retratado como um herói glorioso, Duna: Parte 2 opta por uma narrativa que questiona profundamente a ideia do salvador branco e do colonialismo.

Um exemplo notável dessa abordagem é a personagem Chani (Zendaya), uma guerreira Fremen e amante de Paul, que duvida do papel messiânico atribuído a ele, vendo-o como uma forma de manipulação sobre seu povo.

Frank Herbert incorporou deliberadamente elementos típicos de histórias sobre o “escolhido” para enfatizar que Paul não é, de fato, um herói. Mais do que isso, ele é um personagem trágico, cujos métodos questionáveis visam alcançar seus objetivos.

Após a morte de seu pai pelas mãos da Casa Harkonnen e por ordem do Imperador, Paul encontra seus destinos alinhados aos dos Fremen, embora por razões distintas.

Paul Atreides - Duna

O verdadeiro drama de Duna: Parte 2 reside na escolha de Paul entre aceitar seu suposto destino ou rejeitá-lo completamente.

Embora possua visões do futuro, ele sabe que assumir o papel de messias dos Fremen desencadeará uma cadeia de eventos sangrentos e inevitáveis.

A luta de Paul não é para se tornar um herói, mas para evitar o derramamento de sangue que sua aceitação implicaria.

A admissão de Paul ao seu destino e o consumo da Água da Vida, que desbloqueia sua clarividência, representam uma traição aos seus instintos.

O filme ilustra vividamente o terrível potencial de Paul para o mal, especialmente quando ele usa sua clarividência para ameaçar os Fremen. Chani se sente traída pelas ações de Paul que, ao se render à tentação do poder absoluto, mostra-se um líder ambíguo e complexo.

O desfecho trágico de Paul Atreides em Duna

O final do livro do autor Frank Herbert deixa claro que a ascensão de Paul traz consigo consequências devastadoras.

Ao se tornar uma figura quase divina para os Fremen, ele desencadeia uma guerra santa sangrenta, incapaz de conter ou restringir o ímpeto do seu povo de conquistar o universo em seu nome. A história termina com um aviso sobre o perigo dos heróis e a idolatria que os envolve.

Herbert queria desmistificar a “síndrome do super-herói” e sua participação nessa fantasia.

Duna: Parte 2 captura essa intenção, desafiando as expectativas do cinema épico de ficção científica e convidando o público a questionar suas próprias expectativas sobre heróis e salvadores.

Ao mergulhar nas camadas de Duna, é evidente: Paul Atreides transcende a dicotomia simples de herói e vilão, apresentando-se como um personagem profundamente humano e tragicamente falho.

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