A Bethesda falou um pouco sobre The Elder Scrolls 6. Isso é ótimo! Ela confirmou que o jogo está em desenvolvimento durante a E3 de 2016 e Pete Hines, vice-presidente do estúdio, conversou com o site PC Gamer. Infelizmente, não foi uma conversa iluminadora. Em vez disso, tudo o que Hines fez foi dizer que Bethesda não vai falar ou mostrar nada de The Elder Scrolls 6 até que o jogo esteja pronto pra ser lançado. E isso, amigos, é decepcionante pra todos nós. É a maneira errada de vender um jogo, diga-se de passagem.
Sim, devemos respeitar o processo criativo. E eu tenho certeza que ficar mudo sobre Elder Scrolls 6 significa menos pressão sobre a equipe de desenvolvimento. Isso permitirá que eles se concentrem no jogo em si, o que é bom. Mas vivemos na Era da Informação. Esperar que as pessoas comprem um jogo apenas porque tem o nome Fallout, Dragon Age ou The Elder Scrolls anexado é arrogante e temerário. Queremos ouvir mais.
Em primeiro lugar, Hines disse que a Bethesda só confirmou Elder Scrolls 6 porque estava cansado das pessoas perguntando se existia e se estava em desenvolvimento. Eis a questão: as pessoas já sabiam que existe e está em desenvolvimento. Skyrim vendeu mais de 22,7 milhões de cópias. É um dos maiores jogos da Bethesda e é o quinto título da franquia. Claro que haveria um sexto. Mesmo se a Bethesda não confirmasse, nós sabíamos que aconteceria. Assim, embora possa haver alguma verdade no que Hines disse, é também bastante provável que a confirmação e o silêncio subsequente seja apenas o primeiro passo pra a construção da “hype”.
Em segundo lugar, Hines disse que a Bethesda queria que seus desenvolvedores se concentrassem em The Elder Scrolls 6 e que não daria dicas sobre como o jogo vai se parecer ou muito menos mostrá-lo. Eis a questão novamente: quando se trata de desenvolvimento de jogos e exibir um produto em andamento, nem sempre estamos vendo demos criadas especificamente pra essa finalidade. A EA tem mostrado modelos de personagens, artes conceituais e vislumbres de cenas do Mass Effect Andromeda. O mesmo aconteceu com The Last Guardian. Embora a Nintendo tenha lançado duas demos de The Legend of Zelda: Breath of the Wild, já estávamos vendo trechos do jogo antes e essas duas demos são obviamente um produto em desenvolvimento. Eles não pararam de trabalhar no jogo pra promovê-lo e os funcionários da Bethesda não teriam que parar tudo pra preparar demos e trailers.
Além disso, repetir o que foi feito com Fallout 4 não é uma boa ideia. Ele foi anunciado em junho de 2015, então lançado em novembro. Isso não foi tempo suficiente pra construir a “hype”. O jogo se saiu bem, mas não estava a par de Fallout 3 e Fallout New Vegas. Talvez um anúncio menos breve e trailers adicionais tivessem dado a chance do público tecer seus comentários e o estúdio ajustar as arestas de acordo. O que nos leva a outro ponto: esse tipo de calendário de anúncio e lançamento faz a Bethesda parecer sombria, como se estivesse escondendo algo. Ela não fez isso com o Skyrim, que foi anunciado em dezembro de 2010 e lançado quase um ano depois, em novembro de 2011. Houve tempo pra mostrar o que a desenvolvedora estava fazendo e iluminar as pessoas.
A Bethesda deveria ser mais aberta sobre The Elder Scrolls 6. Este é um título que tem o potencial de ser um dos seus maiores jogos, se não o maior. Em vez de manter o silêncio o tempo todo e de repente deixar cair a notícia de que será lançado em quatro ou seis meses, eles deveriam incluir seus fãs no processo de criação. Mostrar-nos a arte por trás dos personagens. Os modelos de cidades enquanto ainda estão sendo construídas. Mais transparência, por favor. Isso vai ajudar as pessoas a entender o que acontece em tais jogos, apreciá-los mais e se preparar pra pagar R$ 100,00 ou até mesmo R$ 200,00 no lançamento.
Seja o primeiro a comentar