Por que o diretor de Logan odeia filmes de super-heróis?

Daniel Amigo

Por que o diretor de Logan odeia filmes de super-heróis?

Logan transcendeu a fórmula clássica de filmes de super-heróis de uma forma tão clara que já foi rotulado como uma das maiores obras do gênero, se não a maior. Desde o início este era o plano do diretor James Mangold, porque mesmo quando o filme ainda estava em desenvolvimento ele falou apaixonadamente sobre a direção brutal e visceral que ele esperava apresentar de Wolverine na tela grande. Claramente, ele vê essa direção como sendo algo muito distante do que pode ser visto em outras adaptações, porque Mangold recentemente admitiu que ele realmente despreza o atual modelo de blockbusters de filmes de super-heróis de quadrinhos.

“Filmes blockbusters em geral, eles não são realmente filmes. Eles são exercícios vazios e esticados, são trailers de duas horas para outro filme que elas [as produtoras] vão vender em dois anos. Há tantos personagens que cada um deles recebe um arco de cerca de seis minutos e meio, na melhor das hipóteses, e eu não estou exagerando. Você tem 120 minutos [em média, para um filme], você toma 45 para a ação, e o que sobra em sua mão, você precisa dividir por seis personagens, você tem o equivalente a um arco de personagem como o Hortelino em um desenho animado Warner. Essa fórmula está vazia para mim.”

Enquanto James Mangold não se abre e nomeia a Marvel Studios como a vítima de seu desprezo, é bem claro que é ela quem ele está criticando com os seus comentários. Quer dizer, basta olhar para o Capitão América: Guerra Civil, que estava lotado até o teto com a maioria dos super-heróis do MCU, e conseguiu até introduzir um novo personagem inesperado na forma do Homem-Aranha. E depois de tudo isso, ainda deixou um conflito para ser resolvido ao longo dos próximos dois, ou três, ou quem sabe quantos filmes.

Vale lembrar que Mangold também cai no grupo que é alvo do que ele critica: antes de dirigir Logan, ele foi também o diretor de Wolverine: Imortal, que foi um filme espremido no meio de uma linha do tempo caótica dos X-Men – um filme que era ao mesmo tempo uma sequência e uma prequela e introduzia vários personagens. Mas talvez seja exatamente por isso que o diretor resolveu seguir uma linha tão diferente em Logan, podendo se libertar das histórias grandiosas e confusas para exibir uma narrativa mais concisa, pessoal e deliciosamente violenta. É uma lição que os próximos filmes da Marvel certamente poderiam aprender.

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