A decisão de colocar Dek (Dimitrius Schuster-Koloamatangi), um guerreiro Yautja, como protagonista em “Predador: Terras Selvagens” parecia ousada. Pela primeira vez em quase 40 anos, o temido caçador alienígena deixava de ser a ameaça para se tornar o centro da narrativa.
Antes do lançamento, parte do público demonstrava desconfiança com o novo design do personagem e com o rumo diferente da história.
Mas o resultado surpreendeu: o longa estreou com US$ 80 milhões nas bilheterias mundiais, o maior lançamento da história da franquia.
O desempenho foi equilibrado — US$ 40 milhões nos Estados Unidos e US$ 40 milhões no exterior — superando facilmente o recorde anterior de “O Predador” (2018), que havia somado US$ 73,5 milhões em sua estreia global.
As projeções iniciais previam um início modesto, entre US$ 25 e 30 milhões, mas o novo capítulo ultrapassou todas as expectativas e reacendeu o interesse mundial pelo universo dos caçadores alienígenas.
Todos os motivos por trás do sucesso
O sucesso estrondoso de “Predador: Terras Selvagens” não aconteceu por acaso. Diversos fatores se combinaram para transformar o que parecia uma aposta arriscada em um fenômeno de bilheteria.
Entre eles, destaca-se o boca a boca extremamente positivo. O longa conquistou 85% de aprovação no Rotten Tomatoes e nota A- no CinemaScore, o maior índice da franquia.
A satisfação do público logo se espalhou nas redes sociais e nas conversas cotidianas, convertendo a curiosidade inicial em um interesse massivo por assistir à produção nas telonas.
Outro ponto decisivo foi a presença de Dan Trachtenberg, que já havia conquistado os fãs com “Predador: A Caçada” (2022) e “Predador: Assassino de Assassinos”.
Esses filmes anteriores conseguiram reconectar o público à essência da franquia, inserindo o espectador no universo dos Yautja de forma envolvente — algo que nenhum título havia feito desde o clássico com Arnold Schwarzenegger.
Cada nova produção trouxe sensações de descoberta, mistério e expansão do mundo predador, o que pavimentou o caminho para o sucesso atual.
Com isso, “Predador: Terras Selvagens” se consolidou como um novo capítulo a ser acompanhado de perto, e não apenas mais uma tentativa de repetir a fórmula original.
A ideia de uma possível conexão entre os universos de “Predador” e “Alien” também contribuiu para o interesse crescente.
A promessa de um novo mundo interligado, baseado em mitologias conhecidas, mas com perspectivas inéditas, oferece ao público a combinação perfeita entre nostalgia e inovação.
Outro acerto foi a classificação indicativa PG-13, inédita para a franquia principal. Ao reduzir a violência gráfica sem perder a intensidade das batalhas, o filme conseguiu ampliar seu público, incluindo adolescentes e famílias.
Isso abriu espaço para uma nova geração de espectadores conhecer a saga, impulsionando ainda mais o desempenho comercial. Por fim, a confiança conquistada pelo diretor foi essencial.
Após o sucesso de suas produções anteriores, Trachtenberg consolidou-se como um nome de credibilidade dentro da franquia, equilibrando respeito às origens e inovação narrativa.
Seu trabalho garantiu um filme visualmente impactante e narrativamente seguro, com ritmo e emoção na medida certa.
Um novo marco para o universo Predador
Com ação equilibrada, ótima recepção crítica, direção consolidada e uma estratégia inteligente de expansão, “Predador: Terras Selvagens” quebrou recordes e redefiniu o futuro da franquia.
Mais do que apenas sucesso de bilheteria, o filme confirma que o público continua faminto por boas histórias ambientadas no universo dos Yautja — e abre caminho para novas explorações interplanetárias, possivelmente conectadas a outras sagas lendárias da ficção científica.




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