Em meio a uma onda de críticas sobre o uso indevido da estética do Studio Ghibli por ferramentas de inteligência artificial, o clássico Princesa Mononoke retorna aos cinemas em IMAX e prova mais uma vez que arte feita por humanos continua insuperável.
O longa de Hayao Miyazaki, originalmente lançado em 1997, voltou às telonas de 330 salas nos Estados Unidos nesta semana, marcando sua primeira reexibição em grande escala desde 2016. Mesmo com lançamento limitado, o filme arrecadou mais de US$ 1,2 milhão no primeiro dia, segundo o perfil DiscussingFilm no X (antigo Twitter). O sucesso reforça a atualidade do enredo e a importância do trabalho artesanal em meio à ascensão das tecnologias generativas.
A nova onda de atenção em torno de Princesa Mononoke surge logo após uma atualização do ChatGPT, da OpenAI, que permite a geração de imagens no estilo do Studio Ghibli. A ferramenta passou a ser usada por internautas para criar versões de fotos com a estética da famosa animação japonesa, levantando críticas pesadas por parte de artistas e fãs do estúdio. Para muitos, trata-se de um roubo de identidade visual e desvalorização de décadas de dedicação artística.
O próprio Miyazaki já havia se manifestado contra tecnologias do tipo. Em um documentário da NHK lançado em 2016, ele assistiu a uma animação gerada por IA e declarou: “Estou absolutamente enojado. Isso é um insulto à vida em si.” Ele ainda completou: “Sinto que estamos nos aproximando do fim dos tempos. Estamos perdendo a fé em nós mesmos.”
Mensagem de Miyazaki segue atual e inspiradora
O relançamento de Princesa Mononoke não só reforça a força da obra no imaginário popular, como também ressalta seu discurso contra o progresso desenfreado, tema que se conecta diretamente à crítica ao uso irresponsável da inteligência artificial. A história aborda o conflito entre natureza e industrialização, e carrega mensagens que seguem relevantes — talvez até mais urgentes — nos dias de hoje.
Enquanto ferramentas de IA continuam tentando imitar o estilo inconfundível de Ghibli, o sucesso de bilheteria do filme mostra que o público ainda valoriza a originalidade, o esforço humano e o toque emocional presente em cada frame feito à mão. Miyazaki e sua obra, mais uma vez, deixam claro que não é qualquer algoritmo que substitui o coração por trás da arte.
Fonte: DiscussingFilm
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