Se você cresceu na década de 1990, provavelmente já teve um Tamagotchi ou conheceu alguém que era dono de um. Esses pequenos dispositivos eletrônicos, em formato de chaveiro, rapidamente se tornaram uma febre mundial, conquistando crianças e adolescentes com a promessa de criar e cuidar de um bichinho virtual. Mas o que aconteceu com o Tamagotchi após seu auge? Será que ele sobreviveu à era dos smartphones e consoles de última geração?
O que era o Tamagotchi?
O Tamagotchi foi lançado no Japão em 1996 pela empresa de brinquedos Bandai, em parceria com a Wiz. A ideia surgiu de Akihiro Yokoi, que desejava criar um brinquedo portátil onde o usuário pudesse acompanhar o crescimento de uma criatura virtual desde o nascimento até a fase adulta. O nome vem da junção das palavras japonesas “tamago” (ovo) e “uotchi” (relógio). Inicialmente, o design incluía uma pulseira, mas foi alterado para o formato de chaveiro, o que possibilitou que as crianças levassem o brinquedo para qualquer lugar.
O dispositivo era bastante simples: uma pequena tela monocromática, três botões e uma interface de ícones. O jogador precisava alimentar, limpar e cuidar do bichinho regularmente para garantir seu bem-estar. Se bem cuidado, o Tamagotchi evoluía até se tornar um animal adulto; caso contrário, ele “morria” ou, como foi adaptado nos Estados Unidos, “retornava ao seu planeta natal”.
Fenômeno global e impacto cultural
Apesar do ceticismo inicial dos lojistas, o Tamagotchi rapidamente se tornou um sucesso. Em menos de seis meses, foram vendidas mais de 5 milhões de unidades só no Japão. Nos Estados Unidos, o brinquedo chegou em 1997, e o estoque das lojas não dava conta da demanda.
O grande trunfo do Tamagotchi era a sensação de responsabilidade que gerava nos usuários. O aparelho emitia alertas ao longo do dia, solicitando cuidados como alimentação e limpeza, criando uma conexão emocional com o dono. Essa característica fez com que muitos pais se preocupassem com o impacto emocional da perda do bichinho, enquanto professores reclamavam que os alunos não conseguiam se concentrar nas aulas devido à atenção constante que o dispositivo exigia.
A evolução do Tamagotchi
Com o passar dos anos, o Tamagotchi evoluiu, mas sem perder sua essência. Em 2004, foi lançada a versão Connection, com tecnologia infravermelho, permitindo que os usuários interagissem com os bichinhos de amigos, trocassem presentes e até fizessem amizade entre os pets virtuais. Essa atualização ajudou a manter o Tamagotchi relevante para uma nova geração de crianças.
No aniversário de 20 anos do brinquedo, em 2016, o Original Tamagotchi foi relançado, com um design atualizado, mas mantendo o funcionamento clássico. O mais recente lançamento, em 2023, foi o Tamagotchi Uni, que conta com conexão Wi-Fi e novos recursos interativos.
O Tamagotchi ainda existe?
Apesar de não ser mais um fenômeno como nos anos 90, o Tamagotchi ainda mantém sua presença no mercado. De acordo com a Bandai Namco, cerca de 91 milhões de unidades foram vendidas mundialmente desde seu lançamento até 2023. A nostalgia em torno do brinquedo é um dos principais fatores que mantém uma comunidade ativa de fãs, muitos deles colecionadores que compartilham suas experiências em fóruns e redes sociais.
Lançamentos de novos modelos continuam acontecendo, e a popularidade recente aumentou. Entre 2022 e 2023, a venda de Tamagotchis praticamente dobrou, impulsionada pelo público nostálgico e novos consumidores que descobrem o charme do brinquedo.
O Tamagotchi, mesmo em um mundo dominado por smartphones e consoles de última geração, prova que a simplicidade pode ter seu espaço. Para os fãs, ele é muito mais do que um brinquedo antigo – é uma conexão emocional e nostálgica com o passado.
Hoje, o Tamagotchi ainda vive, não apenas em novos lançamentos, mas também na memória afetiva de quem experimentou esse curioso e simples bichinho virtual.
Fonte: TecMundo
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