Por Cheyna Corrêa
Na mais recente montagem de Evita no London Palladium, Rachel Zegler (do live-action de Branca de Neve) estreou como Eva Perón com uma ação fora do convencional. Em vez de cantar “Don’t Cry for Me Argentina” apenas no palco, ela sobe ao balcão do edifício às 21h e se dirige diretamente a quem passava pela Argyll Street, enquanto o público pagante acompanha tudo por transmissão de vídeo dentro do teatro.
Intenção do diretor
O diretor Jamie Lloyd definiu a cena no balcão como reflexo dos temas centrais do musical: o embate entre a elite e as massas, o poder da imagem e o culto à personalidade. Dividindo a performance entre a rua e a plateia, ele transforma o espetáculo em um ato de propaganda ao estilo de Eva Perón, conquistando corações sob as janelas do Palladium e provocando reflexões dentro da sala.

Elenco de Evita (Imagem: Redes Sociais)
Reações da audiência
As opiniões se dividiram entre entusiasmo e frustração. Muitos espectadores elogiaram a ousadia de ver Zegler entoando o hino em meio ao público gratuito, elogiando o impacto visual e sonoro. Por outro lado, reportagens em veículos como The Guardian e Variety noticiaram a insatisfação de quem pagou ingressos caros e acabou assistindo ao momento pelo telão. No X (antigo Twitter), a hashtag #EvitaBalconyScene reúne elogios, críticas e memes sobre o inusitado desdobramento.
Visão de Rachel Zegler
Em entrevistas, Zegler explicou que a proposta busca derrubar as barreiras entre palco e sociedade. Ela ressaltou que Eva Perón sempre falou para o povo, não apenas para plateias exclusivas, e que a cena no balcão coloca todos no mesmo nível, convidando o mundo a participar da história ao vivo.
Impacto na produção
Apesar das controvérsias, Evita segue com lotações esgotadas. A cena no balcão tornou-se atração à parte, atraindo turistas e curiosos às portas do Palladium. Para muitos, essa releitura contemporânea reforça o poder do musical de 1978 em questionar a relação entre espetáculo e política.
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