Review: ‘Reus 2’ é uma forma relaxante de brincar de “Deus”

Cheyna Corrêa (Texto: Vinícius Miranda)

Review: ‘Reus 2’ é uma forma relaxante de brincar de “Deus”
Divulgação/Firesquid

Em Reus 2, você não joga apenas como um estrategista ou gestor de recursos: você é um verdadeiro deus. Desenvolvido pela Abbey Games e publicado pela Firesquid Games, o título coloca o jogador no controle de poderosos Gigantes, seres que moldam planetas inteiros, definindo o destino da humanidade. Cada escolha sua impacta diretamente o equilíbrio do ecossistema, a prosperidade das civilizações e a evolução tecnológica de seus habitantes.

O grande charme do jogo está na liberdade que ele oferece. Diferente de títulos que focam em combate ou narrativas lineares, Reus 2 incentiva a experimentação. Cada Gigante possui domínio sobre plantas, animais ou minerais, permitindo múltiplas combinações e estratégias. Isso significa que o sucesso das suas civilizações depende diretamente do quão bem você consegue entender as sinergias entre os elementos que coloca no planeta. Um erro estratégico pode levar uma civilização promissora ao colapso, enquanto decisões inteligentes podem gerar prosperidade duradoura e civilizações avançadas.

Experimente sinergias entre flora, fauna e minerais

O design de Reus 2 é outro ponto forte. O estilo artístico é elegante, colorido e transmite a escala “macro” de criação de mundos. Cada bioma é cuidadosamente trabalhado, com flora, fauna e minerais que não apenas decoram o planeta, mas influenciam diretamente o desenvolvimento das civilizações. Apesar de não buscar gráficos ultra realistas, o jogo consegue passar uma sensação de imersão estratégica agradável, permitindo que o jogador se sinta verdadeiramente no papel de um deus.

A jogabilidade é inspirada em puzzles e tabuleiros, onde cada ação precisa ser calculada. Colocar certas espécies de animais ou plantas em um bioma específico gera efeitos secundários que podem aumentar a prosperidade das tribos humanas. 

Por exemplo, ao inserir predadores e presas de forma estratégica, você permite que a população humana aproveite recursos extras, aumentando sua produção e riqueza. O sistema de sinergias, embora complexo, é intuitivo e pode ser gerenciado em pequenas seções do planeta, evitando sobrecarga de informações.

Eras e líderes humanos: evolução estratégica

Além disso, Reus 2 introduz o conceito de eras, que divide o desenvolvimento planetário em fases. Cada era traz objetivos específicos, desbloqueia novas mecânicas e permite recuperar energia (chamada aqui de “eon”) para continuar moldando o planeta. Essa progressão mantém o jogo dinâmico, oferecendo desafios crescentes e novas oportunidades estratégicas a cada etapa.

A diversidade de líderes humanos também influencia diretamente a construção do planeta: enquanto alguns valorizam ciência e agricultura, outros priorizam comércio e riqueza, alterando a forma como você deve posicionar recursos e planejar a expansão de cada civilização.

Microgestão: combine bônus e maximize recursos

Um dos destaques é o sistema de microgestão, que permite ao jogador combinar bônus de Gigantes e líderes humanos para aumentar a produção de recursos. Ao evoluir espaços e desbloquear novas espécies, você consegue criar cadeias complexas de produção que geram enormes recompensas quando executadas corretamente. Essa sensação de “sinergia perfeita” é altamente gratificante e reforça o apelo estratégico do jogo.

Embora o jogo seja altamente rejogável, é importante destacar que algumas sessões podem se tornar repetitivas, principalmente nas primeiras eras, enquanto o jogador aprende a mecânica de sinergias e distribuição de recursos. No entanto, a adição de elementos roguelike, com novos bônus, espécies e líderes disponíveis a cada planeta, mantém a experiência fresca e desafiadora.

Narrativa minimalista e liberdade criativa

O tutorial e a interface podem parecer básicos em alguns momentos, mas rapidamente o jogador percebe que Reus 2 se apoia mais em mecânicas e ambientação do que em histórias lineares ou personagens detalhados. A narrativa minimalista é compensada pela liberdade estratégica e pela complexidade do ecossistema, permitindo que cada partida seja única e que suas decisões tenham peso real no desenrolar do jogo.

Para quem procura experiência de god-sim criativa, simulação estratégica ou simplesmente diversão com mecânicas de construção de mundo, Reus 2 é um prato cheio. É possível jogar de forma mais tranquila, sem pressa, ou desafiar-se a criar o planeta perfeito, maximizando recursos e sinergias entre biomas, civilizações e líderes. 

O título também oferece modo sandbox, permitindo experimentar livremente e até mesmo criar cenários inusitados, como preencher planetas apenas com gatos… porque, afinal, você é um deus.

Uma evolução sólida para fãs de estratégia

Em resumo, Reus 2 cumpre o que promete: é uma evolução clara do título original, oferecendo gráficos mais vibrantes, mecânicas mais profundas e maior liberdade estratégica. 

É o tipo de jogo que agrada tanto quem busca um desafio cerebral quanto aqueles que querem simplesmente experimentar e se divertir, moldando mundos de acordo com sua própria visão. Apesar de algumas pequenas limitações de repetição e interface, o jogo entrega horas de entretenimento, com um equilíbrio perfeito entre estratégia, simulação e criatividade.

Se você é fã de games indie, god-sims ou simplesmente gosta de colocar sua mente estratégica à prova, Reus 2 merece um lugar na sua biblioteca. É uma experiência que mistura diversão, desafio e experimentação, mostrando como pequenas decisões podem ter grandes impactos no destino de civilizações inteiras.

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