Robert Eggers revela detalhes sobre as cenas eróticas e o vilão de Nosferatu

William Prado

Robert Eggers revela detalhes sobre as cenas eróticas e o vilão de Nosferatu

O aguardado Nosferatu, novo filme de Robert Eggers, já está nos cinemas e traz uma releitura ousada do clássico de 1922, dirigido por F. W. Murnau.

Com Lily-Rose Depp e Bill Skarsgård no elenco, o filme mistura elementos do terror clássico com uma narrativa que se aprofunda em mistérios e desejos obscuros.

Eggers, conhecido por seu trabalho em A Bruxa (2015), O Farol (2019) e O Homem do Norte (2022), explora novamente suas influências históricas, mas dessa vez trazendo um toque erótico e uma tensão psicológica intensas.

Em uma entrevista recente, o cineasta compartilhou como moldou a história e a construção de personagens que marcam uma nova versão deste famoso vampiro.

Inspiração para a reinterpretação de Nosferatu

Eggers sempre foi fascinado por vampiros, e a obra original foi uma das suas grandes influências desde a infância.

Ele conta que, ao assistir ao filme antigo em uma fita VHS, a degradação da imagem fazia com que o vampiro, interpretado por Max Schreck, parecesse ainda mais real e aterrorizante.

“Eu já era fã de filmes de vampiro, como o de Bela Lugosi, e adorava me vestir de Drácula no Halloween. Mas Nosferatu…”, explica Eggers, destacando que o filme original tinha uma atmosfera autêntica e assustadora, que não era visível nas versões restauradas.

Lily-Rose Depp e o papel de Ellen

Quando o cineasta decidiu escalar Lily-Rose Depp para o papel de Ellen Hutter, ele já tinha certeza de que ela tinha a habilidade necessária para dar vida à protagonista.

Eggers revela que Depp sabia exatamente o que fazia durante a audição, que envolvia cenas de grande intensidade emocional e física, como um monólogo sobre a morte.

Eggers comenta: “Eu queria ver escolhas fortes, e Lily entregou isso com uma ferocidade crua que era exatamente o que a personagem exigia.”

A transformação de Orlok e o bigode icônico

Em relação ao visual do temido Conde Orlok, Eggers foi além das convenções dos filmes de vampiros modernos.

Ele baseou o design do personagem na tradição folclórica dos vampiros, criando um Orlok ainda mais decrépito e ameaçador. Entre os detalhes, destaca-se o bigode do personagem, que se tornou uma marca registrada da sua aparência grotesca.

Eggers justifica: “Não tem como um nobre transilvano não ter um bigode. Isso faz parte da cultura da região, e um vampiro que vem de lá não poderia ser diferente.”

A sensualidade e o psicológico em Nosferatu

Uma das características mais marcantes da nova versão de Nosferatu é a forte conotação erótica que permeia a história.

Eggers revela que se inspirou em filmes como Os Inocentes para criar cenas onde a sexualidade fica no campo da sugestão, mas com um grande impacto psicológico.

Segundo o cineasta, a escolha de focar em Ellen e sua percepção do mundo como sonâmbula permite que o filme explore a sensualidade de uma maneira mais complexa.

Eu acho que o fato de o vampiro ser fisicamente repulsivo e ao mesmo tempo eroticamente atraente cria uma tensão muito clara no filme.

O desafio criativo e a parceria com Chris Columbus

Além da criação do filme, Eggers revelou que contou com o apoio de Chris Columbus, produtor e mentor, na execução da obra.

Columbus, com sua vasta experiência em Hollywood, ajudou a balancear as inclinações artísticas de Eggers, garantindo que a história fosse contada de forma clara e coesa.

Chris nunca tentou transformar Nosferatu em um filme ao seu estilo. Ele estava lá para garantir que o meu estilo fosse respeitado.

Mercadorias e curiosidades sobre o filme

Além do sucesso nas telas, o filme também gerou repercussão devido a mercadorias inusitadas, como um balde de pipoca em forma de caixão e uma cama em forma de sarcófago.

Eggers brinca com a situação: “Eu não faria essas coisas, mas acho divertido.” Ele ainda acrescenta que não tem condições de comprar uma cama de sarcófago, em tom descontraído.

Nosferatu já é considerado um marco no cinema de terror contemporâneo, com Eggers, mais uma vez, quebrando barreiras e criando uma obra que mescla o clássico com o novo, oferecendo ao público uma experiência visual e emocional intensa.

FONTE: Variety

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