A Rockstar Games quebrou o silêncio e finalmente trouxe mais detalhes sobre as polêmicas demissões realizadas no último mês. Mais de 30 funcionários foram dispensados nos escritórios do Reino Unido e do Canadá, e desde então surgiram diversas acusações de que a empresa estaria praticando perseguição sindical. Agora, a desenvolvedora afirma que o motivo oficial das demissões foi outro: vazamento de informações confidenciais.
Rockstar nega perseguição sindical e fala em “má conduta grave”
De acordo com a Rockstar, os colaboradores demitidos estavam envolvidos na divulgação e discussão de informações sensíveis sobre projetos da empresa — incluindo detalhes de jogos ainda não anunciados — em fóruns públicos. Em declaração enviada ao IGN, a companhia reforçou que tratava-se de uma violação direta das políticas internas e dos contratos legais assinados pelos funcionários.
A empresa foi enfática ao negar qualquer relação entre as demissões e atividades sindicais:
“As alegações de que essas demissões estão ligadas à filiação sindical ou a atividades do tipo são totalmente falsas e enganosas.”
As acusações vieram do IWGB (Independent Workers’ Union of Great Britain), que afirmou que os demitidos faziam parte de um canal privado no Discord voltado para organização sindical interna. A Rockstar contesta a versão, afirmando que as medidas tomadas estavam diretamente relacionadas aos vazamentos.
Caso chega ao Parlamento britânico
A polêmica ganhou proporções ainda maiores quando o tema foi abordado no Prime Minister’s Questions, sessão semanal do parlamento britânico em que o Primeiro-Ministro responde a questões levantadas pelos parlamentares.
O deputado Chris Murray, de Edimburgo, trouxe o caso à tona e afirmou ter se reunido com a Rockstar — mas deixou claro que não recebeu garantias de que a empresa estaria seguindo a legislação trabalhista corretamente.
Segundo Murray:
“Eles falharam em me assegurar que estão cumprindo a lei trabalhista, e compartilho preocupações sobre práticas antissindicais.”
Ele ainda destacou que todo trabalhador tem o direito de se filiar a um sindicato, independentemente do tamanho ou lucro da empresa.
Resposta do Primeiro-Ministro
O Primeiro-Ministro Keir Starmer chamou o caso de “profundamente preocupante” e reforçou a importância de proteger os direitos dos trabalhadores:
“Todo trabalhador tem o direito de se filiar a um sindicato, e estamos determinados a fortalecer esses direitos. Ministros irão analisar o caso citado e manter o parlamentar atualizado.”
Com o posicionamento oficial do governo, o caso promete ganhar novos desdobramentos nos próximos dias.
Um escândalo que ainda não terminou
A controvérsia coloca a Rockstar Games sob holofotes em um momento delicado, especialmente após anos de discussões públicas sobre cultura de trabalho, crunch e condições internas na indústria de games.
Embora a empresa tenha sido clara ao negar perseguição sindical, o envolvimento do governo britânico indica que o assunto não deve encerrar tão cedo — e pode impactar debates sobre direitos trabalhistas no setor de tecnologia e entretenimento.




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