Foragido há 46 anos, Roman Polanski enfrenta novas acusações de estupro

Maysa Vilela

Foragido há 46 anos, Roman Polanski enfrenta novas acusações de estupro

No cenário cinematográfico, um capítulo que mistura polêmica e justiça ganha destaque: Roman Polanski, diretor franco-polonês, tem um encontro marcado com a corte de Los Angeles.

Em agosto de 2025, ele enfrentará um julgamento por uma grave acusação de estupro datada de 1973. A revelação foi feita pela defesa da acusadora nesta terça-feira (12), agitando os âmbitos legal e do entretenimento.

Gloria Allred, advogada de renome e defensora dos direitos das mulheres, que já atuou em casos de alto perfil contra figuras como Harvey Weinstein e Bill Cosby, declarou: “O juiz marcou a data para 4 de agosto de 2025 às 10h para um julgamento de dez dias com júri”.

Polanski, aos 90 anos, é um conhecido fugitivo da justiça dos EUA desde 1978, por um caso separado envolvendo uma menor de 13 anos na época do crime (do qual ele assumiu a culpa).

O novo processo civil em questão traz à tona acusações de uma mulher que alega ter sido estuprada por Polanski quando ainda era menor, durante um encontro em 1973.

“Ela disse: ‘Por favor, não faça isso’, e ele ignorou seus apelos”, relatou Allred, enfatizando a gravidade das acusações.

A acusadora, que veio a público pela primeira vez em 2017 sob o pseudônimo “Robin”, detalhou como foi convidada para jantar por Polanski, levada a um restaurante e, após se sentir tonta devido ao consumo de tequila, foi forçada a ter relações sexuais na casa do diretor em Los Angeles.

Adicionalmente, Polanski enfrenta outro desafio legal na França, onde é acusado de difamação pela atriz britânica Charlotte Lewis. Ela também o acusa de abuso sexual em 1983, quando tinha apenas 16 anos.

Acusações contra Roman Polanski

As denúncias de estupro contra o diretor de cinema são várias. A atriz alemã Renate Langer disse à polícia suíça que o diretor a estuprou em 1972, quando ela tinha 15 anos.

Já a artista estadunidense Marianne Barnard alegou que Polanski a assediou em 1975, quando ela tinha 10 anos.

A fotógrafa francesa Valentine Monnier, por sua vez, acusou Polanski de estuprá-la, também em 1975. E a atriz Charlotte Lewis afirmou que o diretor a assediou em 1983, quando ela tinha 16 anos.

Polanski, cuja filmografia inclui obras aclamadas como O Pianista, Chinatown e O Bebê de Rosemary, negou essas e outras acusações sexuais que surgiram ao longo de sua carreira.

Intrigantemente, Samantha Geimer, vítima central do caso de estupro em 1977, expressou apoio público ao diretor, chegando a aparecer em uma foto ao lado dele divulgada nas redes sociais no ano passado.

O fato é que Roman Polanski e Samantha chegaram a um acordo e o diretor pagou uma indenização de US$ 500 mil a ela – que foi estuprada por ele quando tinha apenas 13 anos de idade. A vítima citou, publicamente, que gostaria de deixar esta questão para trás.

Mesmo com tantas denúncias de abuso sexual, Roman Polanski seguiu trabalhando normalmente, realizando filmes na Europa. Polanski, inclusive, foi o vencedor do Oscar de Melhor Direção em 2003, por O Pianista.

Este julgamento promete não apenas reacender debates sobre justiça e impunidade em Hollywood mas também colocar em xeque a figura de Polanski como um dos diretores mais emblemáticos e controversos do cinema mundial.

Roman Polanski - diretor

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