O mundo vive uma era de influência digital, onde somos bombardeados com informações de todos os tipos e que são capazes de modificar o consumo e, principalmente, as opiniões sobre determinados assuntos. Seguindo essa onda, o Rotten Tomatoes é um site que conseguiu se posicionar no mercado e, hoje, é uma das principais ferramentas de críticas de cinema do mundo.
Os dados da plataforma são levados tão a sério que já foram utilizados, até mesmo, em materiais oficiais de divulgação de filmes. Porém, afinal, até onde a influência do Rotten Tomatoes é saudável e confiável?
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A influência do Rotten Tomatoes
Criado em 1998, o Rotten Tomatoes ganhou enorme popularidade em pouco tempo. O site chegou a ser vendido para várias empresas, incluindo a Warner Bros. em 2011.
A forma como a plataforma é conhecida hoje, com as notas aparecendo publicamente para todos os usuários, foi adquirida a partir de 2016, com a venda para a Fandango – uma empresa americana de vendas de ingressos para cinema.
Há 3 categorias dentro do site. Um filme pode ser classificado como:
- “Rotten” (“podre”, em tradução nossa): conseguem menos de 60% de aprovação;
- “Fresh” (“fresco”, em tradução nossa): conseguem mais de 60% de aprovação;
- “Certified Fresh” (“certificado como fresco”, em tradução nossa): apenas filmes de lançamento amplo que conseguem mais de 75% de aprovação desde que tenha sido revisado por mais de 80 críticos – entre eles, 5 precisam ser ‘Top Critics’.
A influência das notas do Rotten Tomatoes passou a incomodar bastante as grandes empresas, que entraram em discussões sobre a forma como elas acabam “decidindo” a arrecadação dos filmes. Um estudo divulgado pelo site The Hollywood Reporter afirma que, se um filme tem uma aprovação de até 25%, cerca de 70% do público desiste de ir ao cinema para assisti-lo.
Por outro lado, a revista Variety publicou outro estudo com resultados conflitantes. Esta pesquisa afirma que a porcentagem de aprovação no Rotten não influencia no desempenho nas bilheterias – nem positivamente, nem negativamente.
Já as produtoras levam a influência do Rotten Tomatoes no desempenho em bilheterias bastante em consideração. Por exemplo: em 2017, para tentar driblar o peso desse prestígio, a Sony liberou o embargo das críticas de Emoji – O Filme apenas poucas horas antes da estreia nos cinemas. O longa teve a pior avaliação daquele ano na plataforma (7%). Mesmo assim, a produção conseguiu arrecadar mais de U$ 200 milhões de dólares mundialmente.
Assistir ou não assistir?
De maneira controversa, o público em geral tem interpretado mal os dados do Rotten Tomatoes e tachando instantaneamente como “bom” ou “ruim” um filme, com base em suas notas do site. Acontece que a porcentagem é apenas um compilado de críticas de pessoas reais e o número é encontrado por um algoritmo. Cada crítica traz consigo, por exemplo, um texto indicando as falhas e acertos que levaram a pessoa a dar sua nota.
Quer entender um pouco mais sobre o funcionamento do Rotten Tomatoes? Confira:
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Considerando que a experiência de assistir a um filme é individual, deixar-se influenciar apenas pela nota de aprovação de um site de críticas na internet é algo superficial. Já pensou em, pelo menos, procurar se informar sobre os motivos pelos quais a produção tenha recebido aquela nota?
O objetivo da crítica de cinema não é estabelecer que um filme seja “bom” ou “ruim”, visto que esse tipo de rótulo é opinativo e cabe exclusivamente a cada pessoa. A finalidade é ampliar os debates e trazer maiores reflexões sobre o que foi apresentado e visto nas telonas.
Em uma geração comandada pela influência digital e pelo imediatismo, tem sobrado pouco tempo para refletir sobre as mensagens que um filme traz para as nossas vidas. É necessário – e muito importante – deixar os números um pouco de lado e trabalhar mais a opinião própria.
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