Durante o AnimeJapan 2025, a Aniplex e o estúdio LIDEN FILMS oficializaram o retorno de Rurouni Kenshin com sua terceira temporada. Um teaser foi divulgado no YouTube, oferecendo um panorama das duas temporadas anteriores do reboot, mas sem muitas pistas sobre o novo arco. Ainda sem data de estreia confirmada, a expectativa dos fãs é de que a nova temporada adapte o Arco Jinchu — o último e mais sombrio da obra original.
No entanto, apesar do entusiasmo com a continuação, o anúncio reacendeu debates sobre o passado polêmico do autor da obra, Nobuhiro Watsuki.
A sombra de Watsuki ainda paira sobre a franquia
Criado em 1994, Rurouni Kenshin conquistou o status de clássico com o subtítulo “A História Romântica do Espadachim da Era Meiji”. A obra foi rapidamente adaptada para anime em 1996, tornando-se um fenômeno mundial. Mas, em 2017, o autor foi acusado e condenado por posse de pornografia infantil, após a polícia encontrar centenas de DVDs com conteúdo ilegal envolvendo menores em seu escritório e residência.
Watsuki admitiu os crimes, mas recebeu apenas uma multa de 200 mil ienes, cerca de R$ 6.500 na cotação atual, e voltou a publicar o mangá Rurouni Kenshin: Arco de Hokkaido pouco tempo depois. A pena leve e o rápido retorno ao mercado editorial geraram indignação entre fãs e profissionais da indústria.
Separar a obra do autor? Nem todos concordam
Embora muitos fãs tenham escolhido separar o autor da obra, o desconforto persiste. Howard Wang, dublador de Kenshin na versão em inglês, declarou publicamente que doará os lucros obtidos com a série para instituições de combate ao abuso infantil, como forma de protesto e conscientização.
O caso levanta um debate recorrente: até que ponto é possível consumir obras sem ignorar os crimes de seus criadores? A indústria parece ter seguido em frente, mas a ferida segue aberta para uma parcela significativa do público.
Mesmo com a confirmação da nova temporada e a expectativa em torno da adaptação do Arco Jinchu, Rurouni Kenshin retorna à cena com a mesma dualidade que acompanha a obra desde 2017: a maestria da narrativa e da animação versus o passado criminoso de seu criador. A pergunta permanece no ar — e cada fã terá sua própria resposta.





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