Mais de três anos após o acidente fatal que resultou na morte da diretora de fotografia Halyna Hutchins, o longa Rust foi exibido pela primeira vez no festival EnergaCamerimage, em Toruń, Polônia. ]
A estreia, realizada na última quarta-feira (19), foi marcada por homenagens emocionantes, mas também por ausências importantes e controvérsias em torno da produção.
Sessão marcada por aplausos e emoção
Estamos aqui em um lugar que ela amava tanto, talvez só menos que o próprio set. Quero agradecer a todos por estarem aqui para celebrar minha amiga, sua arte e seu talento. Ela realmente era algo especial.
O público presente reagiu de forma discreta durante a exibição do filme, mas aplaudiu com mais entusiasmo ao final, quando surgiu nos créditos uma dedicatória especial a Halyna Hutchins.
Apesar disso, alguns espectadores deixaram a sala antes do término dos créditos e de uma sessão de perguntas e respostas com o diretor Joel Souza e a diretora de fotografia Bianca Cline, que completou o trabalho de Hutchins.
Souza, que também foi ferido no acidente ocorrido em outubro de 2021, destacou o peso emocional daquele momento: “Estamos aqui em um lugar que ela amava tanto, talvez só menos que o próprio set. Quero agradecer a todos por estarem aqui para celebrar minha amiga, sua arte e seu talento. Ela realmente era algo especial.”
Equipe de Rust recebe elogios por sua perseverança
O evento foi aberto com um minuto de silêncio conduzido por Marek Żydowicz, diretor do festival.
Na sequência, Rachel Mason, amiga de Hutchins e cineasta que documentou os bastidores da produção, elogiou a equipe que escolheu concluir o filme: “Senti que precisava falar sobre um filme muito incompreendido e sobre as pessoas que o fizeram, que considero heróicas.”
Mason explicou que a decisão de continuar a produção foi movida pelo desejo de ajudar a família de Hutchins: “Quando souberam que o filme poderia ajudar a família de Halyna, todos pensaram na mesma coisa: o fato de que o filho dela não tem mais uma mãe. Se eles poderiam fazer algo por esse menino, então por que não estariam ali?”
Ausências notáveis e controvérsias em destaque
A estreia de Rust contou com ausências marcantes, incluindo a de Alec Baldwin, produtor e protagonista do filme. Baldwin, que estava segurando a arma cenográfica no momento do acidente, chegou a ser acusado de homicídio culposo, mas as acusações foram retiradas devido a falhas na apresentação de provas.
Também estiveram ausentes a mãe de Halyna, Olga Solovey, que processa Baldwin e a produção, e o marido da diretora de fotografia, Matthew Hutchins, que se tornou produtor executivo do filme em um acordo judicial.
A inclusão do longa no festival gerou críticas, mas o diretor Żydowicz defendeu a decisão em um comunicado oficial: “O objetivo único desta exibição é honrar o trabalho, o talento e as conquistas artísticas de Halyna… Era o sonho dela apresentar ‘Rust’ no EnergaCamerimage, e sua família deseja que isso aconteça.”
História do filme e homenagens à Halyna Hutchins
Rust narra a jornada de um garoto de 13 anos no Velho Oeste, que foge com o avô após ser condenado por um acidente fatal.
O filme foi finalizado após o trágico acidente no set, e Hutchins, uma profissional em ascensão, recebeu reconhecimento póstumo como membro honorário da Sociedade Americana de Cinematógrafos. Além disso, o Instituto de Cinema Americano (AFI) criou o Fundo de Bolsas Memorial Halyna Hutchins.
A estreia no EnergaCamerimage tornou-se mais do que uma exibição, sendo um momento de reflexão e um tributo ao talento e à memória de Hutchins.
FONTE: Variety
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