Por Cheyna Corrêa
As sequências dos filmes nem sempre são aclamadas pela crítica ou pelo público. No entanto, em alguns casos, elas surgem exatamente para tapar grandes furos deixados nos roteiros dos originais. Ao corrigir inconsistências e atualizar aspectos que já não se sustentavam, essas continuações salvaram franquias inteiras e deram nova vida às histórias. Confira sete casos em que novas sequências transformaram problemas em pontos fortes para os filmes.
Jurassic World: A atualização científica dos dinossauros
Em 1993, Jurassic Park encantou o público com seus dinossauros, embora o filme não fosse preciso do ponto de vista científico. Por exemplo, hoje sabe-se que muitos dinossauros possuíam penas – e não apenas escamas. Em Jurassic World, décadas depois, essa lacuna foi preenchida ao explicar que o sequenciamento de DNA dos dinossauros utilizou amostras de anfíbios. Essa explicação não apenas atualiza a ciência, mas também torna a aparência dos répteis mais plausível e crível.
O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio – Corrigindo o passado
Um furo antigo na franquia de O Exterminador do Futuro era a ideia de que somente o T800 foi enviado ao passado para matar John Connor. Em O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio, a sequência inicial mostra Sarah e John Connor sendo surpreendidos por um T800 na praia, que consegue eliminar o jovem. Essa cena não só conserta a inconsistência, mas também marca o retorno do diretor James Cameron, que reformula pontos controversos dos filmes anteriores—um acerto que agradou muitos fãs.
Jogos Mortais 3: Desvendando o truque do Jigsaw
No primeiro filme de Jogos Mortais, uma cena perturbadora mostra dois homens acorrentados e um corpo aparentemente inerte. Esse corpo, que pertence ao criador dos jogos, Jigsaw, sempre gerou dúvidas sobre como ele conseguiu se fingir de morto tão convincentemente. Em Jogos Mortais 3, o roteiro revela um detalhe crucial: Jigsaw recebeu uma injeção de um relaxante muscular super potente, o que facilitou sua imobilidade. Essa explicação fecha uma das grandes lacunas da narrativa original.

Jogos Mortais (Reprodução)
Capitã Marvel: A origem do Tesseract explicada
A mitologia do Tesseract sempre foi envolta em mistério. No primeiro filme dos Vingadores, a joia do espaço aparecia de forma enigmática. Em Capitã Marvel, ambientado em 1989, o Tesseract é mostrado sendo estudado pela Dra. Wendy Lawson – que, na verdade, é a alienígena Kree Mar-Vell. Essa sequência fornece uma explicação detalhada de como o cubo foi descoberto por Howard Stark e por que a SHIELD demorou tanto para dar qualquer ação, eliminando dúvidas que persistiam por anos.
Capitão América: Guerra Civil – O vício pelas armaduras
Um ponto curioso para os fãs ocorreu após Homem de Ferro 3, quando Tony Stark prometeu se aposentar e destruir todas as armaduras por insistência de Pepper Potts. Entretanto, em Capitão América: Guerra Civil, o herói reaparece com uma nova coleção de armaduras, como se nada tivesse mudado. A própria narrativa esclarece que Stark não consegue se desvincular de seu vício pelas armaduras, deixando claro que esse hábito dificulta a retirada de seu antigo “eu”. Embora possa parecer trivial, essa explicação acaba sendo essencial para entender os conflitos internos do personagem e, por consequência, o desenvolvimento da franquia.
Thor: Ragnarok – A verdade sobre a Manopla do Infinito
No Universo Cinematográfico Marvel, um dos maiores rombos de roteiro ocorreu com a Manopla do Infinito. No primeiro filme de Thor, ela aparece como parte do cofre de Odin em Asgard, mas só reaparece posteriormente com Thanos em Vingadores: Era de Ultron. Em Thor: Ragnarok, ao dominar Asgard, Hela invade o cofre e revela que a manopla exibida anteriormente era uma falsificação, uma cópia sem valor. Essa reviravolta fecha um dos maiores buracos na continuidade do UCM, mostrando como uma sequência bem planejada pode resolver inconsistências antigas.

Hela e a réplica da Manopla do Infinito em “Thor Ragnarok” (Reprodução)
Rogue One: Uma História Star Wars – O perigo escondido na Estrela da Morte
Durante anos, críticos apontaram que Uma Nova Esperança apresentava uma falha crucial: como o Luke Skywalker conseguia usar uma “portinha” na Estrela da Morte para destruí-la? Em Rogue One: Uma História Star Wars, apesar de ser um prequel, a narrativa explica que o engenheiro Galen Erso – forçado a trabalhar para o Império – intencionalmente deixou um ponto fraco no projeto. Essa ação permitiu que a Aliança Rebelde explorasse a vulnerabilidade e levasse à queda da estação, transformando um buraco de roteiro em um elemento central da história.
A magia das sequências que salvam franquias
Esses exemplos mostram como as sequências podem servir como verdadeiros consertadores de furos narrativos. Seja pela atualização científica, pela explicação de mistérios passados ou por conectar pontas soltas, elas demonstram que, por vezes, o melhor remédio para as falhas de uma história é um novo capítulo que resgata a essência do universo criado.
Qual outra sequência vem à mente quando se pensa em corrigir um furo de roteiro? Essa prática não apenas salva a pátria dos fãs, mas também mostra a capacidade de adaptação do cinema para transformar erros em inovações criativas.
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