O filme Hold Your Breath, estreia da dupla de diretores Karrie Crouse e Will Joines, traz um misto de terror gótico e a desolação do Dust Bowl americano dos anos 1930, criando uma experiência de horror marcada por tensão e paranoia com Sarah Paulson.
A produção, no entanto, sofre com o excesso de elementos, tentando abranger muitos temas e estilos diferentes, o que a torna uma obra dispersa.
Na trama, Sarah Paulson interpreta Margaret, uma mãe que enfrenta um cenário hostil de tempestades de poeira enquanto lida com a perda de sua filha mais nova e o afastamento do marido, que está trabalhando fora do estado.
Ela se vê responsável por cuidar de suas outras duas filhas, Rose (Amiah Miller) e Ollie (Alona Jane Robbins), em uma casa isolada onde a poeira entra por cada rachadura, como uma presença constante de ameaça.
O filme constrói sua atmosfera de terror através de pequenos momentos de silêncio, quebrados por explosões repentinas de som, criando sustos que se tornam previsíveis com o tempo.
A sensação de medo e tensão é acentuada pela paleta de cores desbotadas, que transmite o ambiente insalubre e cheio de perigos invisíveis, como a doença que paira no ar e que ecoa o medo da recente pandemia de COVID-19.
Margaret também se vê às voltas com o surgimento de um estranho em sua casa, um pregador interpretado por Ebon Moss-Bachrach, que afirma conhecer seu marido e aparenta possuir poderes sobrenaturais.
Ao mesmo tempo, suas filhas se envolvem em uma história sobre um ser sombrio, o “Homem Cinzento”, que invade casas como o pó e leva as pessoas a cometer atos terríveis.
A narrativa de Hold Your Breath é marcada por altos e baixos, com detours que desviam o foco da trama principal.
No entanto, o filme encontra sua força nos momentos em que explora o luto e o desespero de uma mãe tentando proteger suas filhas, mesmo quando o mundo parece estar contra ela. A performance de Sarah Paulson, com sua habilidade em expressar uma crescente paranoia e medo, é o destaque do longa.
Mesmo com esses pontos positivos, a produção se apoia excessivamente em truques previsíveis de horror, como explosões sonoras que perdem o efeito ao serem repetidas, tornando-se mais irritantes do que assustadoras.
Embora o filme aborde temas interessantes, como a fragilidade humana diante de forças naturais e sobrenaturais, sua execução é prejudicada pela falta de foco narrativo.
Hold Your Breath é um filme que busca misturar diversos elementos de horror, mas acaba se perdendo em suas próprias ambições.
Apesar disso, Sarah Paulson brilha e reforça seu papel essencial no gênero, tornando o longa uma experiência digna de nota para os fãs de terror, ainda que com ressalvas.
O filme, com sua atmosfera única e momentos de tensão bem construídos, tenta capturar o medo do desconhecido e do incontrolável, mas carece de coesão para entregar um impacto duradouro. Confira o trailer:
FONTE: Variety
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