Se é possível definir o último episódio de Game of Thrones com uma frase, ela seria: a calmaria antes da tempestade. Com a aproximação dos Caminhantes Brancos de Winterfell, a maioria dos personagens foi vista apreciando aqueles que poderão ser seus últimos momentos de vida, contemplando suas próprias mortalidades.
No entanto, esse tema tem sido muito presente desde o comecinho da série – podendo ser interpretado como uma obscura mensagem subliminar que a série tenta passar.
A morte é uma presença constante na obra de George R.R. Martin, em suas mais diversas representações. Os Caminhantes Brancos e o Rei da Noite, por exemplo, são a personificação metafórica da morte – e esse detalhe já foi até mesmo confirmado por David Benioff, co-criador do seriado. Assim como a morte chega para todos, os Caminhantes Brancos podem até ser evitados por algum tempo, mas jamais extintos completamente.
Ainda assim, o tema de como os personagens confrontam a morte já existe na série mesmo antes do aparecimento dos Caminhantes Brancos.
Durante a primeira temporada, Ned Stark contrata um mestre espadachim para treinar sua filha, Arya – Syrio Forel. Enquanto o guerreiro ensina a jovem garota a manusear sua espada, ele deixa soltar um inspirador momento de sabedoria e declara algo como: “Só existe um deus e seu nome é Morte. E só existe uma coisa que dizemos à morte: ‘Hoje Não'”. A frase relembra que a morte é inevitável.
As palavras de Syrio Forel acabaram se provando como um poético prenúncio: a morte vem buscar, constantemente, diversos personagens com papeis importantes durante a série. Isso inclui, inclusive, o próprio espadachim, ao final da primeira temporada.
Conforme cada protagonista encarou a morte cara-a-cara, suas reações nos segundos finais revelam as verdadeiras profundezas de cada personagem. Ned Stark enfrentou a execução de cabeça erguida e em silêncio, carregando sua nobre dignidade que sempre prezou. Petyr Baelish tenta escapolir do inevitável, implorando a qualquer um que pudesse salvá-lo.
Oberyn Martell continuaria convencido e pretensioso até o último suspiro, incapaz de reconhecer a morte até que seja tarde demais. O já citado Syrio Forel escolhe ir da forma como escolheu viver: lutando.
Nas primeiras sete temporadas de Game of Thrones, praticamente todos os grandes personagens que morreram puderam sentir a morte chegando antes do derradeiro fim. Suas reações nesses momentos revelam muito sobre cada um deles. E com os quatro episódios finais da série envolvendo os personagens que sobraram enfrentando as forças da morte encarnadas, muitos ainda revelarão, inevitavelmente, as verdadeiras naturezas de seus seres.
Isso não significa dizer, necessariamente, que todo mundo vai morrer. Mas uma coisa é certa: muita gente ainda vai morrer. Assim como Ramsay Bolton alertou Theon Greyjou na terceira temporada, se você ainda espera que essa história tenha um final feliz, acredito que você não estava prestando atenção até agora.
Como cada um de nós enfrenta a morte é um resumo final sobre como cada um de nós viveu a vida. A estação do ano mais relacionada à morte, na história do mundo, é o Inverno. Todo ano, desde que a série estreou em 2011, o show não para de dizer que “O Inverno está chegando”.
O que os fãs podem não ter percebido, todo esse tempo, é que a frase era uma referência à inevitável marcha da morte. Agora, com Game of Thrones se aproximando e seu próprio final, com os últimos 4 episódios, a morte chegou – inescapavelmente – à Westeros e para todos aqueles que ousarem defendê-la.
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