Bebê Rena é alvo de processo após juiz decidir que não se trata de uma história real

William Prado

Bebê Rena é alvo de processo após juiz decidir que não se trata de uma história real

A série Bebê Rena, da Netflix, virou alvo de um processo judicial por parte de Fiona Harvey, que na trama foi retratada como “Martha”.

O caso ganhou destaque após um juiz determinar que a produção não pode ser classificada como uma “história real”, abrindo espaço para que Harvey prossiga com a acusação de difamação contra a plataforma de streaming.

Fiona Harvey alega que a série criou uma versão distorcida de sua relação com o criador da produção, Richard Gadd, sugerindo que ela abusou sexualmente dele e chegou até a arrancar seus olhos.

Além disso, a trama dá a entender que ela foi presa por persegui-lo, o que nunca aconteceu na realidade.

O juiz Gary Klausner, responsável pelo caso, afirmou que o comportamento de Harvey, retratado na série, é significativamente mais grave do que o registrado nos fatos reais.

Ele destacou que há uma “diferença enorme entre perseguição e ser condenado por perseguição”, além de pontuar que as acusações de abuso sexual e de violência extrema retratadas na série não condizem com o que ocorreu.

Apesar de Harvey não ser diretamente mencionada na produção, internautas conseguiram identificá-la através de detalhes revelados no programa.

Richard Gadd, que trabalhava em um pub em Londres quando os eventos ocorreram, disse que a série é uma ficcionalização de sua experiência e não um “relato literal” dos acontecimentos.

Ele também revelou que Harvey o perseguiu por anos, chegando a enviar milhares de mensagens perturbadoras e a tocar de forma inadequada nele, como beliscar suas nádegas. No entanto, ela nunca foi processada criminalmente.

O juiz também mencionou que Gadd tinha dúvidas sobre incluir a frase “Esta é uma história real” no início da série, mas que essa decisão foi tomada a pedido da Netflix.

Esse detalhe foi importante para o juiz ao considerar a possibilidade de “malícia real”, ou seja, que a Netflix sabia que os eventos eram ficcionais, mas decidiu rotulá-los como verdadeiros, o que pode ser um fator agravante no processo.

Harvey conseguiu avançar no processo com uma alegação de inflição intencional de sofrimento emocional, já que, segundo o juiz, um espectador razoável poderia acreditar que as declarações sobre “Martha” na série se referem diretamente a Harvey, sugerindo que ela é uma criminosa condenada e que “abusou sexual e violentamente de Gadd”.

Essas declarações, segundo o juiz, poderiam ser vistas como “extremas e ultrajantes”.

A decisão ainda não encerra o caso, mas marca um avanço importante para Fiona Harvey na sua busca por reparação judicial contra a Netflix e Bebê Rena.

FONTE: Variety

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