Coluna do Peter: Shazam! peca na ação, mas é um bom filme de origem

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Coluna do Peter: Shazam! peca na ação, mas é um bom filme de origem

Muito antes de Shazam!, novo filme de origem da DC, a trilogia do Batman de Christopher Nolan deu um caminho diferente para a editora, que produz seus longas em parceria com a Warner. Parecia não ter volta.

Desde essa trilogia, a DC nos cinemas se tornou mais “dark” – não só em visual, como, também, em histórias. Não havia humor nos filmes da editora. Talvez tenha sido estratégico, para diferenciar-se das produções do Universo Marvel.

No início, isso foi legal. Meio “bad ass”, até. Filmes do Batman com piadinhas remeteriam à série clássica, dos anos 1960. Porém, filmes como Batman vs. Superman, Esquadrão Suicida e Liga da Justiça acenderam o alerta de que aquela fórmula não estava funcionando mais. Nada em excesso fica bom – até a Marvel já falhou ao colocar humor demais, como em Thor: Ragnarok.

Diante das críticas, a DC resolveu mudar. Depois de mandarem bem no filme do Aquaman, Shazam! chega para quebrar, de vez, o estereótipo de “filmes dark”. Veja o uniforme colorido do herói e entenda o motivo.

A proposta “colorida” não está apenas no traje de Shazam!. É tudo diferente dos outros filmes recentes da DC. O que pode se aproximar mais dessa nova produção é o longa do Superman, da década de 1970 – nas devidas proporções, porque aquele é um dos melhores da história do gênero de super-heróis.

Também é importante ressaltar que Shazam! é um personagem de peso, e não secundário, da DC. Nos quadrinhos, está na mesma “prateleira” que Superman, Batman, Flash, Mulher-Maravilha e Lanterna Verde. A estratégia para revitalizar o universo compartilhado foi precisa: dar leveza a um filme de um personagem importante para o estúdio.

Acertos e ‘erros’ de Shazam!

No geral, Shazam! é um adolescente órfão de 14 anos, chamada Billy Batson, que tem um encontro com o mago Shazam, responsável por passar os poderes para o garoto. Quando o garoto grita o nome do mago, se transforma em um super-herói mais velho e muito poderoso. Aquele adulto é um menino, na verdade.

A história de origem contada no filme é fantástica. Particularmente, sempre gosto desses momentos em que se constrói o personagem, especialmente em filmes como o Superman da década de 1970 e o Homem-Aranha de Tobey Maguire. Quando Shazam! descobre os poderes, é muito divertido. E Fredy Freeman, outro adolescente que ajuda Billy Batson em todo esse processo, rouba a cena com sua interpretação.

Temos, claro, um vilão: Dr. Silvana. Nos quadrinhos, ele ficou conhecido por usar a inteligência pra atazanar a vida do Shazam. Já no cinema, ele é bem diferente. Há crueldade no personagem, porém, esse ponto não é bem explorado – até por ser um filme com indicação classificativa para acima de 12 anos.

Também por esse motivo, tem ação – porrada – no filme, mas não dá para comparar com outros filmes. Além de ser uma produção de origem, o super-herói em questão é um adolescente e, consequentemente, age como tal. Em algumas partes, até forçaram muito para infantilizá-lo. Destacaria esse como um dos pontos negativos, inclusive.

Apesar disso, o filme diverte bastante. Zachary Levi, que interpreta o Shazam (já transformado em herói), descreveu perfeitamente a produção como “uma mistura entre Quero Ser Grande (com Tom Hanks) e Superman”. Assistir aos dois separados é melhor do que a mistura deles, porém, há acertos evidentes. Levi encaixou bem no papel e será de grande utilidade nos próximos longas da DC.

Como filme de ação, Shazam! fica devendo. Está mais para comédia do que para o gênero de super-herói. Contudo, enquanto um longa de origem, é bem divertido. Vale a pena ir ao cinema para conferir.

Novo vilão? Uma análise das cenas pós-créditos de Shazam!

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