A tão esperada reformulação de Silent Hill 2 finalmente chegou e, após concluir o jogo, é hora de avaliar o trabalho da Bloober Team neste remake.
Envolto em expectativas mistas, devido a um certo ceticismo em torno de trailers e animações, o jogo conseguiu, em sua maioria, dissipar essas dúvidas.
O remake de Silent Hill 2 impressiona, modernizando a clássica atmosfera sombria, sem perder a essência do original.
A seguir, mergulhamos nos principais pontos desta nova versão, incluindo sua jogabilidade, história, extras, e também alguns aspectos que deixaram a desejar.
História de Silent Hill 2: um horror clássico revisitado
Um dos maiores desafios de qualquer remake é manter a fidelidade à história original, enquanto adiciona novas camadas que enriquecem a narrativa. Felizmente, a Bloober Team, fã declarada de Silent Hill 2, conseguiu fazer exatamente isso.
Muitas cutscenes são uma reprodução quase exata do jogo original, e o enredo principal foi respeitado. Porém, algumas adições sutis aprimoraram ainda mais a narrativa, especialmente no aprofundamento do passado de certos personagens.
Essas mudanças não alteram significativamente a história, mas acrescentam cenas que dão mais contexto emocional ao jogador.
Além disso, o remake oferece dois finais novos, totalizando agora oito possíveis desfechos, o que mantém o valor de replay do jogo bastante elevado.
É possível explorar diferentes escolhas e ações para desbloquear finais alternativos, o que enriquece ainda mais a experiência.
Gameplay: atmosfera e combate modernizados
Em termos de jogabilidade, a Bloober Team fez um trabalho excelente ao expandir e melhorar a exploração da cidade de Silent Hill.
Áreas que anteriormente não eram acessíveis no original agora se tornaram exploráveis, oferecendo mais puzzles e cutscenes. O level design foi aprimorado com atalhos inteligentes, que facilitam o famoso backtracking sem prejudicar a imersão.
Um dos principais pontos positivos foi a maneira como os combates foram retrabalhados. A câmera foi alterada para o padrão de over-the-shoulder, que se prova aqui mais uma vez um dos melhores formatos para o survivor horror moderno.
Não só oferece maior imersão, deixando o cenário mais claustrofóbico, como também permite uma melhor abordagem contra os inimigos.
Enquanto no jogo original os inimigos podiam ser facilmente evitados, agora eles são mais ameaçadores, perseguindo o jogador até mesmo quando este entra em prédios. O jogo não pausa ao abrir o mapa, aumentando a tensão constante.
O combate, embora mantenha as armas clássicas como a pistola, escopeta e o rifle, recebeu uma pegada mais estratégica na abordagem dos inimigos, com a necessidade de aprender os padrões deles para se esquivar e atacar nos momentos certos.
O destaque vai para as Boss Fights, que estão mais emocionantes, tanto narrativamente quanto em questão de gameplay.
Extras: puzzles, finais e homenagens ao original
O remake trouxe novos puzzles para os fãs de Silent Hill, mantendo a possibilidade de ajustar a dificuldade deles, o que é sempre bem-vindo.
Novos quebra-cabeças adicionam um frescor à experiência, enquanto pequenas homenagens ao jogo original estão espalhadas, proporcionando momentos de nostalgia para veteranos da série.
O jogo, de maneira inteligente, joga com as expectativas de quem já jogou o original. Algumas cenas foram propositalmente alteradas, enquanto outras mantiveram-se fiéis, criando um equilíbrio interessante entre inovação e homenagem.
Este tipo de abordagem permite que até os jogadores mais experientes se surpreendam em certos momentos.
Pontos negativos do remake de Silent Hill
Apesar dos muitos acertos, o remake de Silent Hill 2 não está isento de falhas. O desempenho gráfico, especialmente no PlayStation 5, apresenta problemas no modo performance, onde o frame rate cai em áreas mais exigentes.
Embora o modo qualidade seja estável e ofereça gráficos belíssimos, o modo performance, que visa os 60 fps, sofre quedas frequentes, afetando a fluidez do jogo.
Além disso, o combate, que foi significativamente melhorado, peca pela falta de diversidade nos inimigos. Como o tempo de jogo está mais do que duplicado em comparação ao jogo original, seria interessante se houvesse novos inimigos.
A equipe até fez algumas variações, como o Mannequin que agora pode escalar paredes, foram adicionadas, mas ainda senti que poderia ter um pouco mais.
Uma maior variedade de inimigos com diferentes estratégias de combate teria enriquecido a experiência, principalmente em uma campanha mais longa.
Veredito final
No geral, Silent Hill 2 Remake se destaca como uma das melhores reimaginações de jogos clássicos já feitas.
A Bloober Team conseguiu respeitar a essência do original, ao mesmo tempo em que trouxe inovações necessárias para modernizar a jogabilidade e a narrativa.
Apesar dos pequenos tropeços em performance e da falta de mais variedade de inimigos, o remake oferece uma experiência imersiva, fiel e emocionante para fãs antigos e novos.
Com uma narrativa profunda, atmosfera aterrorizante e combates tensos, o jogo é um verdadeiro tributo ao legado de Silent Hill.
Quem está em dúvida sobre jogar, pode mergulhar de cabeça – o remake faz jus ao clássico e ainda acrescenta novidades interessantes. Se a Konami quiser seguir por esse caminho, certamente o futuro de outros remakes da série estará em boas mãos.
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