por Cheyna Corrêa
O filme Somos Tão Jovens chega à Netflix prometendo revelar a juventude de Renato Russo, mas será que ele faz justiça ao gênio por trás da Legião Urbana? Na tela, vemos cores vibrantes e referências ao punk rock, mas falta profundidade para mostrar o artista que lutou contra a ditadura, enfrentou vícios e conviveu com a AIDS. Vamos ver abaixo o que o Peter falou sobre o filme!
Visual pop art e atuações caricatas
O pop art domina o cenário dos anos 70: quartos cheios de pôsteres, roupas alternativas e cores fortes. A direção de arte acerta na recriação da época. As atuações, porém, fogem do natural; parecem declamações de teatro amador. Thiago Mendonça até convence no papel de Renato, mas suas falas soam forçadas, como frases de efeito esperando virar camiseta de banda.
Roteiro raso e personagens sem alma
O maior problema é o roteiro: transforma a trajetória de Renato Russo em uma sequência genérica de cenas sem emoção. Em vez de mostrar conflitos reais, apresenta um protagonista arrogante que trata todos mal, mas é perdoado porque é “o Renato Russo”. Faltam as lutas políticas, o enfrentamento aos próprios demônios e a complexidade que tornaram Renato uma lenda.
Legado musical salva as cenas
As sequências de shows têm boa energia, mérito das músicas da Legião Urbana. Mas esse brilho vem das canções, não do filme. Se você busca uma biografia que respeite a história e a força do artista, talvez Somos Tão Jovens acabe deixando um gosto de Tempo Perdido.
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