Imagina comprar um jogo todo bonito, na caixinha, DVD brilhando, manual cheirando a novo. Você joga, se diverte, cria memórias. Mas um dia liga o console e… nada. O jogo simplesmente não funciona mais. Não porque você quebrou, não porque seu PC pifou. Simplesmente porque a empresa decidiu desligar os servidores.
É essa a treta que está rolando agora no mundo gamer. A campanha Stop Killing Games está botando pressão para que as empresas parem de “matar” os jogos.
Por que isso acontece?
Diferente de um livro, CD ou DVD que você pode usar a vida inteira, muitos games dependem de servidores para rodar. E quando a produtora resolve desligar, acabou. Foi o que rolou com The Crew, da Ubisoft. Lançado em 2014, o jogo foi desativado dez anos depois. Nem modo offline restou. A comunidade ficou revoltada.
O nascimento da campanha
Quem puxou a revolta foi Ross Scott, YouTuber e gamer, que começou a movimentação pedindo o fim dessa prática. A campanha já reuniu mais de 1,4 milhão de assinaturas na Europa, exigindo que governos intervenham. A ideia é simples: se a empresa não quer mais manter os servidores, que libere alternativas para que os jogadores ainda possam jogar.
A polêmica da Ubisoft
A pressão chegou até os acionistas da Ubisoft, e o CEO Yves Guillemot tentou se justificar dizendo que a empresa sempre avisa com 30 dias de antecedência quando um jogo vai ser desligado. Mas convenhamos: não adianta avisar que em 30 dias o game que você comprou vai virar peso de papel.
Outros casos
O problema não para em The Crew. Em 2025, a Wargaming lançou Steel Hunters e já anunciou o desligamento em menos de três meses. Quem investiu tempo (e dinheiro em skins, por exemplo), perdeu tudo.
E aí, qual a saída?
O movimento pede que jogos tenham alternativas quando os servidores forem desligados: liberar modos offline, dar suporte para servidores privados, ou criar mecânicas que mantenham o game vivo de alguma forma. Exemplos como Gran Turismo Sport e Knockout City mostraram que isso é possível.
No fim das contas, a discussão é sobre preservação cultural. Games também são memória, história e arte. Se continuarmos nesse ritmo, clássicos inteiros podem desaparecer.
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