A última temporada de Stranger Things chegou quebrando a internet e recheada de referências que deixaram os fãs de queixo caído. Entre monstros assustadores e o caos instalado em Hawkins, um detalhe genial passou quase despercebido por grande parte do público. A série da Netflix criou uma ponte engenhosa entre o Rei do Pop Michael Jackson, a diva Diana Ross e o universo fantástico de O Mágico de Oz.
Tudo acontece logo no primeiro episódio, quando Robin Buckley (Maya Hawke) assume os microfones da rádio WSQK. A personagem precisa passar instruções secretas para seus amigos durante a quarentena militar e decide usar seu vasto conhecimento de cultura pop para isso. É nesse momento que ela cita o filme O Mágico Inesquecível (The Wiz), criando uma das intertextualidades mais ricas de toda a produção.
O Mágico Inesquecível e o Rei do Pop
Para entender o peso dessa cena, precisamos voltar para 1978. O filme mencionado por Robin é uma releitura moderna e afro-americana do clássico literário de L. Frank Baum. A produção trouxe Diana Ross no papel de Dorothy e marcou a estreia de Michael Jackson nos cinemas, interpretando o icônico Espantalho antes de sua carreira solo explodir mundialmente.
Embora o longa tenha sido considerado um fracasso de bilheteria na época do lançamento, ele ganhou status de clássico cult com o passar das décadas. Na série, Robin faz questão de defender a obra, dizendo que “curte muito” apesar do flop histórico. Essa menção serve para reforçar a estética dos anos 70 e 80 que é a alma de Stranger Things.
O código secreto da rádio
A citação não está lá apenas por diversão, pois faz parte de um plano complexo de comunicação. Sob o codinome Rockin’ Robin, uma referência direta a um sucesso de Michael Jackson, ela toca a música Upside Down. A letra e os fatos sobre a carreira de Diana Ross na Motown servem como uma máscara inteligente para transmitir números e coordenadas para o grupo.
Os amigos de Robin anotam cada detalhe sobre os “dez sucessos das Supremes” ou a contratação por “Berry Gordy”. Cada informação virou uma peça chave para que eles pudessem se movimentar pela cidade vigiada sem levantar suspeitas dos militares. É uma demonstração brilhante de como a música pode salvar vidas no mundo invertido.
Paralelos com a jornada de Dorothy
A escolha de O Mágico de Oz como referência central não foi por acaso e se conecta profundamente com a trama. Assim como Dorothy é arrancada de sua realidade para um mundo estranho e perigoso, personagens como Will Byers e Eleven enfrentam jornadas similares em dimensões paralelas. Todos buscam identidade, coragem e, acima de tudo, um caminho de volta para casa.
Além disso, a influência de Michael Jackson permeia toda a atmosfera visual da série. O astro moldou o imaginário dos anos 80 com seus clipes de terror e fantasia, algo que os Irmãos Duffer homenageiam constantemente. Essa conexão sutil prova que Stranger Things continua sendo uma carta de amor à cultura pop que formou toda uma geração.






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