Jujutsu Kaisen foi um sucesso absoluto. Entrou para a história dos animes e mangás como um verdadeiro fenômeno, mas acabou com 270 capítulos. Parte de uma nova era de mangás mais curtos em comparação a gigantes como o antigo “Big Three”: Naruto, Bleach e One Piece.
Agora já estamos em Jujutsu Kaisen Módulo, continuação direta do antecessor, se passando quase 7 décadas depois da série original. E, nesses 68 anos após a batalha contra Sukuna, não existiu nenhum outro feiticeiro do nível de Satoru Gojo ou Itadori Yuji. Sim, Itadori é o único exaltado de forma particular, junto com Gojo, mesmo o mangá sendo sobre os netos do Yuta e da Maki.
Os netos Yuuka e Tsurugi são meio babacas, mas, no fundo, são boas pessoas e eles estão no centro da investigação com relação à nova operação alienígena.
Parece horrível, mas não é bem assim…
A palavra “alien” pode assustar muita gente, mas é besteira se for parar para pensar. O próprio mangá faz uma crítica na forma de metalinguagem, com um personagem dizendo que os feiticeiros se acostumaram a lutar com monstros todos os dias, mas estão estranhando alienígenas. Na prática, são parecidos e o Japão não parece ser uma distinção tão grande quanto na nossa cultura ocidental.
Hoje em dia (no mundo de Jujutsu), os Estados Unidos deixaram o Japão como responsáveis pelas questões diplomáticas extraterrestres. E surgiu um incidente de classe especial, potencialmente tão perigoso quanto o de Sukuna.
50 mil alienígenas chamados de simurianos estão dentro de sua nave camuflada, estacionados em cima do Japão neste momento. E desses 50 mil, existe especificamente um que tem, possivelmente, um poder tão absurdo quanto o próprio Sukuna. O Japão se vê em uma situação impossível, porque eles dependem da boa vontade dos simurianos, porque só esse cara sozinho poderia destruir o país inteiro se quisesse.
A história é sobre refugiados e ninguém te contou!
A palavra “refugiados” é citada na primeira página, mas, a partir do 3º capítulo, passou a fazer ainda mais sentido. Vemos uma missão em que eles precisam investigar um tigre que está atacando pessoas na montanha.
Isso se deu porque o tigre perdeu seu lar devido ao comprometimento do ecossistema da floresta por causa de uma fábrica que foi reativada. Maru, o simuriano que acompanha os protagonistas, se vê no próprio tigre. Ele sente que, como um refugiado, ele é como o tigre que perdeu seu lar, mas tem o privilégio da habilidade da fala para se comunicar e conseguir coexistir com os humanos.
Após isso, em outra missão, Maru e Tsurugi, neto de Yuta, estão na casa de um garotinho que, supostamente, perdeu sua mãe, e seu apego a ela a transformou numa maldição. Semelhante ao que aconteceu com Yuta e Rika.
Maru, vendo que a situação fica cada vez mais complexa ao tentar consolar o garoto que está sozinho sem a mãe e que vai ter que mudar de casa, se ajoelha e diz:
Para falar a verdade, eu também não tenho um lar para voltar. Tanto aquelas paisagens que eu estava acostumado a ver… tanto a minha casa recheada de memórias… eu perdi tudo isso. E, provavelmente, não há nada que possa preencher esse vazio. Não até que nos tornemos vizinhos de alguém.
Esse diálogo é lindo, porque ele é forte, especialmente em tempos como os que vivemos hoje em dia. Então, em resumo: não, o Sukuna não voltou, ele não é um alien e Jujutsu Kaisen Módulo é, essencialmente, sobre refugiados em busca de um lar na tentativa de uma conciliação com o ser mais caótico do planeta, que é o ser humano.
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