por Cheyna Corrêa
Peter Jordan entrega uma imersão profunda em cada detalhe do novo Superman, revelando as referências de HQs clássicas e as escolhas narrativas que tornam este filme tão rico em mitologia. A seguir, os pontos principais dessa análise cheia de spoilers.
Metahumanos há séculos
Logo de início, James Gunn deixa claro que metahumanos são conhecidos há 300 anos no universo DC. Assim, o longa dispensa a origem de cada herói e vilão, apostando num worldbuilding que já começa a mil. Em seguida, mistura datas simbólicas — 30 anos para chegada de Clark à Terra e 3 anos de atividade como Superman — numa alusão cristã que reforça seu caráter messiânico.
A primeira derrota e o plano de Lex Luthor
Peter destaca que o filme registra a primeira derrota oficial do herói, quando ele cai no Ártico. O grande vilão, Lex Luthor, recorre a um clone genético do Superman (o Ultraman) controlado também pela inteligência de Luthor. Ao criar distrações, como o Kaijuu em Metrópoles, e usar a engenheira metamorfoseada em nano robôs, Luthor força Clark a dividir atenções, sublinhando a importância da estratégia e da criatividade em suas batalhas.
Heróis em equipe e a “Gangue da Justiça”
Em vez de explicar como cada grupo se formou, o filme mostra o cotidiano de uma comunidade heroica já consolidada. Guy Gardner, Mulher‑Gavião, Lanterna Verde e Mr. Terrific têm seus momentos de mitar, graças à química dos atores. Mr. Terrific, especialmente, se destaca como o cérebro do time, preparando o terreno para investigações mais complexas sobre a Speed Force e indicando seu papel futuro na Sociedade da Justiça.
Guerra da Boravia e mensagem atemporal
A sequência da invasão da Boravia evoca o Superman dos quadrinhos de 1939, simplificando o dilema ao bem contra o mal. Sem tomar partido político, Clark acaba com armas e dirigíveis de guerra, exigindo um cessar‑fire. Essa abordagem reforça o herói como campeão dos oprimidos e mantém a essência da criação original de Shuster & Siegel.
Pais de Clark: o grande plot-twist
O ápice emocional vem com as gravações de Jor‑El e Lara El, corrompidas para apresentar Clark como conquistador. Esse choque de narrativas lança o herói em crise de identidade. A reconexão com Jonathan e Martha Kent, baseada na HQ Superman: Red and Blue #5, revela que suas ações definem quem ele é — uma poderosa alegoria sobre o impacto do amor e orgulho materno e paterno na formação de um verdadeiro herói.
Lex Luthor e o futuro do DCU
Nicholas Hoult dá vida ao Lex mais inteligente e ameaçador do cinema, contrapondo o ideal altruísta de Superman ao seu pragmatismo egoísta. Preso no final, Luthor já planta sementes para a Legião do Mal. A menção ao “Planetwatch” abre caminho para a montagem da Stormwatch e prepara o terreno para novos spin‑offs.
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