Superman entrega um dos melhores retcons dos quadrinhos

Cheyna Corrêa (Texto: William Prado)

Superman entrega um dos melhores retcons dos quadrinhos
Reprodução: DC Comics

Os quadrinhos vivem de reinvenções, e às vezes é preciso reescrever o passado para dar sentido ao futuro. Essas revisões — conhecidas como retcons — costumam dividir opiniões entre os fãs: algumas transformam personagens em algo maior, enquanto outras acabam apagando histórias queridas e gerando polêmica.

Mas a DC acaba de mostrar como esse recurso pode ser usado com inteligência e respeito à cronologia. A edição ‘Superman’ (2023) #31 revelou uma nova origem para Apocalypse, o vilão que já matou o Homem de Aço, e entregou um exemplo de como atualizar o cânone sem destruir o que veio antes.

A conexão entre Apocalypse e Krypton finalmente revelada

Na história, que faz parte do arco DC K.O., Lois Lane decide investigar um rumor sobre o passado de Apocalypse. Ela visita a Fortaleza da Solidão e, com a ajuda das inteligências artificiais de Jor-El e Lara, descobre que o monstro não era apenas um experimento sem propósito.

Reprodução: DC Comics



Milhares de anos antes, os cientistas de Krypton criaram Apocalypse como resposta a uma antiga profecia cósmica. O mito falava de Rei Omega, um ser destinado a destruir toda a existência — algo que o planeta de Superman decidiu enfrentar criando uma criatura capaz de se adaptar e sobreviver a qualquer coisa.

Assim nasceu o chamado “Alpha”, uma arma biológica moldada para ser o oposto do poder destrutivo de Darkseid, o senhor do “Omega”. A nova origem explica por que Apocalypse sempre volta mais forte e praticamente imortal: ele foi criado para representar a própria força da vida enfrentando a morte.

Um retcon que respeita e amplia a mitologia

O mais impressionante dessa mudança é como ela não contradiz nada do que já sabíamos. Apocalypse continua sendo uma criação kryptoniana, mas agora ganha um propósito mitológico maior — e uma conexão direta com Superman e Darkseid.

Ao invés de apagar histórias anteriores, a nova versão acrescenta significado e reforça o peso das batalhas que o herói já travou. O roteiro não força uma reinvenção radical; ele honra o passado enquanto prepara novas possibilidades para o futuro da DC.

Com ‘Superman’ #31, a editora mostra que um bom retcon não precisa apagar nada — basta iluminar o que já existe com uma nova perspectiva. Essa abordagem respeitosa e criativa redefine o conceito de recontar histórias, e coloca o Homem de Aço, mais uma vez, como exemplo de como o passado e o presente podem coexistir em harmonia.

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