Será que The Batman é o melhor filme de super-heróis? O que muda para o universo DC daqui para frente? Quem são os personagens que vão ter continuação nessa franquia do Homem Morcego?
Se você quer entender tudo sobre esse filme, o que sabemos sobre o novo Coringa, final explicado, as referências e tudo mais, continue a leitura dessa análise completa.
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The Batman é um filme bom?
Primeiro, é importante adiantar que o filme é incrível, realmente um filmão do Batman com investigação do início ao fim. Não precisa de mais um filme de origem, mais um flashback dos pais dele morrendo no beco, todo mundo já está careca de saber isso.
Então, o legal é trazer novos elementos para essa história que todo mundo já conhece, como a questão da Martha ter sido colocada em um hospital psiquiátrico, vários podres da família Wayne.
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E isso você vai descobrindo em meio aos diálogos e às investigações. Da mesma forma, descobre que o Alfred já foi um agente especial através de uma fala dele. Você descobre que ele ensinou o Bruce a lutar em outra fala. Em duas falas você entende como ele sabe lutar.
Conforme o filme vai passando, dá para ir encaixando as peças e entendendo melhor o Batman de Matt Reeves, que fez um ótimo trabalho criando todo um universo noir.
Soube focar bem no lado investigativo do Batman, que nos quadrinhos é mesmo um dos focos do personagem: afinal, ele é “o maior detetive do mundo” – essa frase é até dita no filme.
Charada como vilão
Como o principal vilão era o Charada, a pegada de thriller investigativo era a melhor escolha mesmo. O universo que o cineasta criou é bastante autoral. O próprio Charada é bem diferente dos quadrinhos, ele é mais um psicopata mesmo nesse filme.
Jim Carrey já provou também que o lado caricato do Charada não é a melhor escolha, mas a versão de The Batman também é caricato de certa forma.
Não é sempre que o ator convence. Tem algumas situações estranhas quando ele tenta se passar por louco ou gritar. No entanto, quando ele está falando normal, fica mais crível tudo que está acontecendo.
Até porque, o diretor fez tudo de uma forma bem detalhista, todo o lance do Charada não estar sozinho, muito do que ele aprendeu foi pela internet… Coisas que são vistas em histórias sobre serial killers que navegam na darkweb e em espaços proibidos na internet planejando ataques, recebendo ajuda e coisas desse tipo.
O Paul Dano como um Charada com estilo Jogos Mortais ficou interessante, ele consegue passar a impressão de um serial killer assustador, o que você precisa esperar de um vilão do Batman. Ele realmente é um vilão que consegue executar o seu plano e até vencer no final – de certa forma ele venceu.
Contudo, em alguns momentos, Dano acaba parecendo um doido um tanto quanto forçado.
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E o Coringa?
Falando de atuação forçada: é preciso falar do Coringa. Para quem não sabe, tem uma cena em que o Charada e o Coringa interagem um do lado do outro, cada um em sua cela no Asilo Arkham.
Por mais que a ideia do ‘fan service’ tenha sido muito boa, o diálogo no papel também foi bem escrito, a ideia de colocar o Coringa para fazer uma charada é algo que faz sentido com o personagem, lembra até um pouco o final de A Piada Mortal. Acontece que foi uma cena muito mal atuada.
O ator que está interpretando o Coringa é o Barry Keoghan (o mesmo que interpreta o Druig, em Eternos, da Marvel). Por mais que ele seja um ótimo ator, ele está muito mal nessa cena, muito mal como Coringa.
Ele fica tentando forçar o trejeito, mas oscila demais a voz, faz risada forçada e aí ficam os dois rindo. Passa aquela vibe do adolescente revoltado querendo pagar de psicopata, ficou meio cringe. Não pareceu o Coringa.
O Jared Leto teve o mesmo problema interpretando o Palhaço do Crime, mas foi menos pior do que nessa cena de The Batman.
Resta ao público torcer para que, na continuação desse filme, que muito provavelmente vai virar uma franquia, Barry Keoghan tenha mais tempo para desenvolver e trabalhar a personalidade, voz e trejeitos do Coringa.
O novo Batverso beira o realismo
Apenas o fato de ter essa cena com o Coringa e do público saber que o Pinguim do Colin Farrell vai ter uma série própria no HBO Max, já são sinais de que esse universo de Matt Reeves está sendo expandido. Ele não vai parar só nesse filme e isso é bom para os fãs.
Sem falar que a Gotham do Matt Reeves está lindíssima, aquelas filmagens em Glasgow e em outras locações passaram muito bem a vibe gótica que o Batman sempre teve nos quadrinhos. Tudo sobre o Morcego é para ser bem gótico mesmo.
Os edifícios com aquelas gárgulas que o Batman fica em cima, a escuridão da cidade, a Batcaverna cheia de morcegos, a mansão Wayne com arquitetura gótica… Visualmente é a melhor adaptação do personagem em todos os sentidos. Até porque a fotografia do filme é linda demais.
Sempre que o Batman aparece na tela, passa uma imponência, gera um impacto. A trilha sonora ajuda também, bate com o clima do filme. Muita gente pode estar se perguntando se esse é o Batman mais fiel aos quadrinhos… E é uma pergunta bem difícil de responder.
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Em alguns elementos até é, se você imaginar um Batman em início de carreira. O lado detetive, toda a questão dele não demonstrar tanta expressão e ser um cara introspectivo também, isso é bem mais próximo dos quadrinhos.
Ao mesmo tempo, existe muita coisa que não é fiel. Da mesma forma que, em todos os outros Batmans também tinham muitos fatores que não eram fieis. Entretanto, é bom lembrar que ser fiel também não quer dizer nada sobre o filme ser bom ou não.
O filme do Coringa, por exemplo, é consenso que é um filmão: mas Joaquin Phoenix passa bem longe do Coringa dos quadrinhos, não é mesmo? É uma reinterpretação do personagem completamente diferente.
Ainda existe outro ponto, esse Batman de Matt Reeves está em um universo bem realista, tão realista quanto o universo do Nolan, até mais!
Então não esperem por um Batman super-ágil se movendo nas sombras, lutando com um Doomsday ou voando por parede com o Batmóvel e metralhando trocentos carros no caminho, assim como o Batman do Affleck.
O Batman no universo do Matt Reeves é o mais próximo possível do realista, que toma muita porrada, leva muito tiro e apanha bastante. A perseguição de carro desse filme, por exemplo, poderia acontecer na vida real, com elementos reais.
Armas de fogo são uma ameaça muito grande para o Batman e para a Mulher-Gato. Quando ele vai usar o gancho é algo que demora e que precisa de uma preparação para o salto, da mesma forma que se teria na vida real.
Você não vai vê-lo voando por aí com o gancho como nos jogos, nos quadrinhos ou mesmo do jeito que o do Ben Affleck fazia.
Sendo assim, alguns fãs de quadrinhos podem não gostar muito, achar que as lutas estão travadas, que o Batman é travado, apanha muito, não é ágil. Realmente, o herói parece bem pesado lutando, não tem nada surpreendente nas cenas de ação.
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No geral, as coreografias, a criatividade na hora de roteirizar as lutas superam – em muito – as lutas dos filmes de Nolan, por exemplo. Contudo, fica bem atrás da cena de luta do Batman de Affleck indo resgatar a mãe do Superman.
Em compensação, a Mulher Gato é super-ágil e a Zoë Kravitz dá um show no papel. Ela consegue passar bem a essência da Mulher-Gato das HQs. Ela e o Batman do Pattinson têm uma baita química. Então, essa relação dos dois ficou para ser melhor desenvolvida mais adiante.
Possibilidades para a Batfamília
A Mulher-Gato, inclusive, vai para Bludhaven no final do filme. Para quem não sabe, nas HQs da DC essa cidade é mais conhecida por ser a cidade do Asa Noturna – ele não fica em Gotham como todo mundo pensa. Só de terem estabelecido Bludhaven, pode indicar que planejam colocar um Asa Noturna nesse universo.
A Batfamília não deve parar no Bruce e na Selina. O que é interessante é que eles sempre interagiam com o Bruce vestido de Batman. Todo o sentimento e desejo que eles desenvolveram foi com os dois mascarados.
Se você analisa isso junto com uma fala do Charada sobre a identidade do Batman, deixa claro uma das melhores características do herói nos quadrinhos.
Batman não é um disfarce, é quem ele é de verdade. Bruce Wayne é que é o disfarce. Por isso, esse filme mostra um Bruce recluso que praticamente não existe.
Como o filme é, do início ao fim, um thriller de espionagem, não existe nenhuma situação onde ele é só “Bruce Wayne”, ele é o tempo todo alguém que perdeu a identidade já.
Ele usa Bruce só para se infiltrar no velório e ver se o Charada aparecia por lá. Depois, usa Bruce Wayne para descobrir a verdade do que aconteceu entre Thomas Wayne e Falcone, ou seja, ele é o Batman!
Bruce Wayne foi um disfarce que ele usou em alguns momentos específicos do filme. Quando você para para pensar nisso: é genial. Ninguém faz o que o Batman faz sem ter problemas mentais evidentes.
Agora, existe um grande problema com relação à adaptação desse Batman. Compraram o discurso de uma galera que fala que o Batman é um branco rico que bate em pobre e em pessoas esquecidas pelo sistema. Isso é algo que a galera que não lê gibi inventou e espalhou por aí nas redes sociais até que se tornou verdade.
Existem até histórias não-canônicas do Batman que exploram um herói mais assim, que está fazendo tudo na base da raiva, que acha que quem comete crime é o lixo da sociedade. Como na HQ ‘Batman Noel’.
Porém, o Batman canônico do universo principal da DC é – depois do Superman – o maior herói do universo inteiro! Ele salvou o universo várias vezes, não existiria planeta sem ele. Ele ajuda a melhorar Gotham gerando emprego, projetos beneficentes de moradia e alimento para os necessitados, orfanato para crianças.
O Batman chega até a supervisionar pessoalmente tudo isso, Bruce sempre tenta fazer de Gotham um lugar melhor de todas as formas que ele pode. O Batman não é só um emo gótico que sai na rua batendo em pobre e os tratando como lixo.
Quem lê Batman sabe que ele não usufrui do dinheiro dele. O dinheiro da família é um mecanismo para ele poder ser um herói 100% do tempo, seja como Batman ou como Bruce Wayne.
Na verdade, os principais inimigos do Batman são assassinos treinados, psicopatas, mafiosos ricos e até poderosos da cidade. A Corte das Corujas é basicamente isso, os ricos e influentes de Gotham são os culpados pela cidade estar sempre na merda, são os maiores vilões de Gotham.
Então, colocar o Bruce nesse mesmo balaio é bem incoerente com o personagem e reforça a narrativa que a galera inventa por aí para diminui-lo. No filme, sem sombra de dúvidas, isso funciona. Mas como adaptação do Batman tira bastante o peso e o simbolismo do personagem, até porque fazem pouco caso do trauma dele.
“E daí que você perdeu seus pais? Você era uma criança rica, não sofria igual os pobres porque você estava em uma mansão de luxo”, podem pensar…
Quando na verdade são questões diferentes, óbvio que a falta de dinheiro e auxílio destrói grupos de pessoas na sociedade, mas isso não diminui o trauma que Bruce Wayne teve como indivíduo vendo os pais sendo assassinados na frente dele.
Ele foi afetado por esse trauma todos os dias de sua vida então, obviamente, ele sofreu e sofre muito com isso. Você não pode medir o sofrimento psicológico de alguém, o sofrimento subjetivo pelo quanto de dinheiro essa pessoa tem. Isso não é argumento, não tem lógica.
Analisando o final de The Batman
No final do filme, Batman sofre uma mudança. De uma figura que colocava medo em todos, para uma figura de esperança para todos. Até porque, a ideia é colocar os criminosos como vítimas, eles são parte da sociedade e precisam de esperança, assim como a população comum.
Nesse contexto, tem a Mulher-Gato falando para eles irem roubar uns milionários quando o próprio Bruce é um bilionário. Inclusive, ele mesmo fala que, depois da inundação, o crime ia subir – então ele teria mais trabalho.
Ou seja, o filme puxa um debate social mas não define a lição moral disso tudo. Teoricamente, o Batman iria mudar, mas terá que continuar batendo em criminoso e vítima da sociedade.
Então fica um tanto confuso e, no final, parece que só queriam mesmo colocar no filme a questão do “Batman não sofreu tanto porque é rico e gosta de bater em vítima da sociedade na rua”.
Como já foi dito anteriormente, se você pegar o material original nas HQs, esse discurso não tem lógica e é até desrespeitoso mostrar o Batman dessa forma.
Tirando isso, The Batman é um filmaço, muito bem executado, um dos melhores filmes do Batman já feitos. Robert Pattinson realmente encarna bem um Batman em início de carreira.
Dá para ver a evolução dele ao longo do filme, porque é um Batman bem humano que fracassa muito, não só em luta, mas também como detetive, está sempre um passo atrás do Charada.
Ele fracassa com a família também, trata mal o Alfred algumas vezes até o mordomo quase morrer. Então, no final das contas, é um filme sobre um Batman que está aprendendo, amadurecendo, vivendo o processo de entender o que significa ser o Batman.
Realmente, já está tudo bem encaminhado para uma continuação de The Batman.
Diante de tudo isso, o público pode esperar mais investigação noir, mais trama de máfia, mais Batman e Mulher-Gato e, é claro, relação Batman e Robin que não é trabalhada no cinema há muito tempo.
Se forem seguir a mesma pegada desse filme, dá para adaptar a Corte das Corujas, que combinaria muito bem e seria até mais assustador. Tem mais podre da família Wayne para ser descoberto.
Nos quadrinhos, Bruce tem até um irmão que foi deixado naquele mesmo orfanato que o Charada foi, então tem mais história para contar pegando gancho de tudo que foi desenvolvido nesse primeiro filme.
Portanto, fica evidente que esse universo do Matt Reeves é um universo que tem potencial para ser a melhor trilogia do Batman e também para gerar ótimos spin-offs, como devem ser as três séries derivadas que estão em desenvolvimento para o HBO Max.
Se, há um tempo atrás, estavam sendo lançados muitos filmes bobos e sem impacto, ter filmes como The Batman – no qual as questão são realistas e tem peso real – é algo muito bem-vindo.
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