The Boys, a nova série de heróis do Amazon Prime Video, acabou de sair do forno e estreou há pouquíssimos dias, você já assistiu? A série acabou de ser lançada e eu já maratonei. Para quem não sabe, a série é uma adaptação de quadrinhos homônimos, criados por Garth Ennis e Darick Robertson.
Resumindo: a produção surpreende bastante. Positivamente!
Assista ao trailer:
https://www.youtube.com/watch?v=06rueu_fh30
Vale a pena assistir The Boys?
Pra começar, todos sabemos que primeiros episódios de qualquer série, geralmente, são decisivos. Quando você termina um episódio ‘piloto’, você toma uma importante decisão: continuar acompanhando a produção ou abandoná-la para nunca mais voltar. Eles possuem a árdua missão de te convencer, além de explicar tudo que você precisa saber antes de mergulhar naquela história.
Por isso, o primeiro episódio de The Boys precisa cumprir com esse “protocolo”, mas o fez de forma bem bacana. A série em si nem se preocupou em apresentar todos os personagens de vez. Você tem uma noção geral e apenas um ou outro personagem é trabalhado em cada episódio. Isso é ótimo, porque é esse tipo de coisa que costuma deixar os primeiros episódios mais chatos.
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Esse, definitivamente, não foi o caso de The Boys. A coisa flui e você vai conhecendo a história, as relações das personagens e a personalidade delas aos poucos.
A série começa com uma noção rápida do Patriota, que é o líder dos Seven (que é uma espécie de “Liga da Justiça”). O personagem é uma clara referência ao Super-Homem. Depois, conhecemos O Profundo, que é como se fosse o Aquaman, mas um pouco tarado (e nos quadrinhos era Jack de Júpiter). Em seguida, Trem-A que é tipo o Flash, só que uma versão de um grande “FDP”. Por último, Estelar, a menininha boazinha que está entrando no esquema agora.
No decorrer da coisa, vão aparecer melhor os outros heróis, nos episódios seguintes: Rainha Maeve, que é o tipo da Mulher Maravilha, Sombra Negra que é uma sátira do Batman e Translúcido que tem o poder da invisibilidade – ele vai ganhar um destaque melhor no final do primeiro episódio, com uma cena muito bacana de luta.
Outra coisa que a série também não entrega de vez é a formação do time ‘The Boys’. É bastante interessante não ter essa pressa de explicar tudo logo de cara. Dá um aspecto mais fluido para a história. A princípio, temos contato direto apenas com Billy Carniceiro e Huguie Mijão. Mais pra frente, Francês, Leite Materno e Fêmea. Os nomes dos heróis são hilários!
Os pontos positivos
Um dos principais pontos positivos da série inteira são os efeitos especiais. Quase todos de primeira qualidade. Quase – mas em geral tudo muito bem feito, coisa de cinema, bem caprichado. A cena do “inferninho” no primeiro episódio deixa muito a desejar e só dá pra entender assistindo mesmo. De resto: nota 10!
A ação na série é variada, porque nem tudo se resolve diretamente no braço. Há, também, bons momentos de estratégia. Tem, ainda, um pouco de ocasiões absurdas. Tudo na medida. Claro, cenas de luta, tiroteio, explosões, raio-laser. Tudo muito bem produzido.
Trilha sonora: muito foda! No primeiro episódio, já se ouve Heart, The Clash e Iggy Pop. No decorrer, ainda, temos The Runaways. Muito bom ouvir uns classicões assim! Saiu do clichê, do esperado, das musiquinhas atuais e tal. Combina muito com o clima das cenas de ação.
Outra impressão bastante positiva nessa primeira temporada foi o bom uso do sarcasmo. O negócio inteiro mostra sátira, não só dos heróis, mas dos humanos em si, da sociedade, da política, dos grandes empreendimentos, enfim. Deboche do início ao fim – que é o mais preocupante numa versão em live-action de The Boys. Nos quadrinhos isso já gerava um impacto e a tendência é dar uma aliviada quando as coisas vão pra TV. Nesse caso, felizmente, a acidez se manteve.
Falando em deboche, claro que esse é o coração da história que vai zoar com os heróis que nós conhecemos. Tudo gira em torno de: “e se eles não fossem tão honrados assim?”. Você realmente acha que os heróis são tudo aquilo que pensamos deles? Pois é… não são não… bem longe disso! Tudo gira em torno de dinheiro.
Nessa série, assim como nos quadrinhos originais, os heróis possuem um lado podre. Eles fazem parte de uma megacorporação que faz deles celebridades e usa suas imagens para vender filmes e merchandising. Muito pior do que isso, os usam também para influenciar jogos políticos. Essa sacada é muito maneira: de desvirtuar os bonzinhos de sempre. Na verdade eles são uns sacanas que fazem tudo pela sua reputação.
Outra coisa legal são as referências externas. Para esse roteiro convencer, eles têm que mostrar o mundo como ele é. Por exemplo, um dos heróis concede entrevista ao programa do Jimmy Fallon. Tem herói fazendo live em rede social, eles têm assessores de carreira, enfim… Trouxe esse pessoal pros dias de hoje, pra cultura atual, pras tecnologias do dia-a-dia.
É muito importante salientar que, se você for assistir The Boys, é preciso abrir seu coração para coisas nada convencionais: nudez masculina, estupro, corrupção, muitos palavrões, drogas, intestinos e cérebro voando pra tudo que é lado e uma série de coisas que não fazem parte do mundo dos super-heróis bonzinhos! The Boys é tipo a deep web dos heróis!
The Boys é fiel aos quadrinhos?
Quem já leu os quadrinhos de The Boys vai ficar satisfeito? Olha, até que vai. Existe, sim, uma boa transmissão de toda aquela pegada politicamente incorreta, humor ácido, depravação, crimes brutais, que é a essência desse universo dos “supes”. Como não podia deixar de ser, é claro que alguns detalhes vão mudar.
Muita coisa original é bastante pesada para ser refeita em uma linguagem audiovisual e é claro que a série não foi totalmente fiel. Mudou a aparência de alguns personagens, um toque de personalidade foi alterado… Enfim, essas coisas que sempre mudam em adaptações.
Por outro lado, a parte boa é que não dá pra pegar muito leve se tratando de The Boys e, no fundo, não há danos na história no geral. As modificações soam mais como uma atualizada bem feita e, em essência, tudo está ali.
O recado final é: The Boys não foi banido da DC à-toa. A série tem oito episódios nessa primeira temporada e já bateram o martelo na San Diego Comic Con. A Amazon anunciou, pra 2020, a segunda temporada. Tudo isso antes mesmo da estreia da primeira! E isso fica muito claro no final dessa temporada.
Definitivamente, não é uma série pra quem é muito puritano. É para quem vai curtir o politicamente incorreto em vários níveis.
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