The Deliverance: diretor enfrenta medos de maldição durante as filmagens

William Prado

The Deliverance: diretor enfrenta medos de maldição durante as filmagens

O diretor Lee Daniels, conhecido por trabalhos como Preciosa, The Butler e Obsessão, decidiu explorar um novo território com o filme de terror The Deliverance, disponível na Netflix.

A escolha de dirigir uma produção de horror surpreendeu muitos de seus fãs, acostumados a vê-lo trabalhar em dramas intensos. No entanto, por trás dessa decisão, houve uma série de desafios pessoais e espirituais.

Baseado em eventos reais, o filme narra a história de Ebony (Andra Day), uma mãe solteira que se muda para uma casa assombrada com seus três filhos e sua mãe doente (interpretada por Glenn Close).

Enquanto a família enfrenta presenças demoníacas, Ebony também lida com a pressão de uma assistente social (vivida por Mo’Nique) preocupada com o bem-estar das crianças. A narrativa é inspirada no famoso caso “Demon House,” de Gary, Indiana.

Daniels revelou que foi cauteloso ao aceitar o projeto, em grande parte devido aos receios de sua mãe. “Minha mãe realmente acreditava que eu era um portal aberto para todo tipo de energia, e ela sentia que algo ruim poderia acontecer comigo”, compartilhou o diretor.

Para proteger a si mesmo e sua equipe, ele contratou um espiritualista para estar presente no set de filmagens. “Nós orávamos todos os dias”, acrescentou Daniels.

Ainda assim, a Netflix teve que negociar para acomodar essas práticas espirituais, respeitando as crenças de todos os envolvidos na produção.

Apesar da novidade no gênero, Daniels manteve seu foco em temas que considera relevantes para os dias atuais, destacando a busca por uma conexão espiritual mais elevada.

“Não sei se consegui, mas era isso que eu estava tentando fazer”, comentou ele, sobre o impacto que desejava causar com a produção.

A construção dos personagens também foi um destaque nas filmagens. Daniels e Andra Day, que já haviam trabalhado juntos em The United States vs. Billie Holiday, desenvolveram uma conexão que permitiu uma interpretação profunda e autêntica de Ebony. “Ela é muito espiritual e, no final do filme, ela está falando em línguas. Isso não sou eu; é ela. É Deus trabalhando através dela”, explicou Daniels.

O diretor, que não tem planos de dirigir outro filme de terror, explicou que queria apenas “marcar essa caixinha” em sua carreira, mas que a experiência foi exaustiva.

“Se houver um The Deliverance 2, eu vou produzir, mas não vou dirigir”, afirmou. Ele também demonstrou interesse em explorar novos gêneros, como um filme de super-heróis com uma abordagem mais realista.

Além disso, Daniels revelou que a escolha de Glenn Close para o papel de Alberta foi fundamental para o filme. Segundo ele, a atriz inicialmente não compreendeu o personagem, mas durante as filmagens, ganhou liberdade e confiança ao abraçar um lado menos conhecido dela mesma. “Ela sentiu uma sensação de liberdade”, disse Daniels.

O impacto emocional e psicológico do filme foi um dos focos principais do diretor. Ele queria que o público fosse cativado pelos personagens e suas histórias antes de ser surpreendido pelos elementos de terror.

“Você pensa que é Preciosa, e então eu puxo o tapete debaixo de você”, comparou Daniels.

Por fim, o diretor expressou sua gratidão pela oportunidade de trabalhar em um gênero diferente, embora sua paixão continue sendo contar histórias profundas e humanas.

Ele mencionou projetos futuros, incluindo uma série para a Disney+ e um filme de super-heróis que busca explorar o lado mais realista desses personagens.

Com The Deliverance, Lee Daniels demonstra sua versatilidade como diretor, mesmo que o gênero de terror não seja algo que ele planeje revisitar tão cedo.

FONTE: Variety

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