por Vinícius Miranda
Você é do tipo que prefere largar um jogo difícil do que aceitar jogar no modo fácil? Se sim, saiba que você está longe de ser o único. E essa percepção acaba de gerar uma mudança significativa em The First Berserker: Khazan, RPG hardcore lançado em março de 2025.
Em uma atualização recente na Steam, o diretor criativo Junho Lee, da desenvolvedora Neople, revelou que a equipe ficou surpresa ao descobrir que muitos jogadores simplesmente abandonaram o jogo em vez de abaixar a dificuldade. Segundo Lee, a maioria dos jogadores “preferia sair com dignidade” do que encarar o estigma de jogar no “Easy”.
A dificuldade não era o problema, o nome dela era
No lançamento, Khazan oferecia dois modos: Normal (a experiência-padrão) e Fácil. A lógica era simples: se o jogo estiver difícil demais, o jogador ajusta para o modo mais acessível. Mas a realidade foi outra. Ao analisar os dados, os devs perceberam que poucos se davam ao trabalho de mudar o modo. Muitos preferiam desinstalar o game e seguir em frente.
A razão, segundo Lee, é que aparentemente o nome “Fácil” carrega um estigma que afeta o ego do jogador. “Alguns até disseram que, se o padrão fosse chamado de ‘Difícil’, eles mudariam para ‘Normal’ sem peso na consciência”, comentou. Em outras palavras: não é só sobre dificuldade, é sobre como ela faz você se sentir.
Novos modos para novos perfis
Com base nisso, o estúdio lançou a atualização de junho com dois novos modos:
Iniciante: ainda mais acessível que o Easy, e com recursos de acessibilidade, como redução de dano, IA mais amigável e combate menos punitivo.
Hardcore: traz os chefes do jogo em sua forma mais brutal, próximos das versões originais da fase de testes do game — um prato cheio para quem vive de desafio extremo.
Um contraste com os jogos da FromSoftware
Enquanto muitos jogos evitam oferecer opções mais acessíveis por medo de “quebrar a experiência”, como já dito publicamente por Hidetaka Miyazaki (diretor de Dark Souls, Elden Ring), Khazan segue na direção oposta de ouvir a comunidade e tentar incluir mais pessoas na experiência, sem sacrificar o desafio para quem deseja.
Vale lembrar que essa discussão não é nova. Bloodborne, Sekiro e até Lies of P já foram alvos de debates intensos sobre a necessidade ou não de modos fáceis. E é curioso ver como até o Monster Hunter Wilds está enfrentando reclamações de veteranos que querem lutas mais difíceis, enquanto outros jogos são criticados por serem “injustamente difíceis”.






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