The Room Next Door, com Tilda Swinton, trará questão polêmica sobre eutanásia

William Prado

The Room Next Door, com Tilda Swinton, trará questão polêmica sobre eutanásia

O aclamado diretor espanhol Pedro Almodóvar lançou seu primeiro longa-metragem em inglês, The Room Next Door, que aborda a polêmica questão da eutanásia. O filme, protagonizado pelas vencedoras do Oscar Julianne Moore e Tilda Swinton, estreou recentemente no Festival de Cinema de Veneza e já vem gerando discussões significativas sobre o tema.

Em The Room Next Door, as personagens Ingrid (Julianne Moore) e Martha (Tilda Swinton) são antigas amigas que, após anos separadas, se reencontram em um momento crítico:

Martha descobre que está com uma doença terminal e decide assumir o controle sobre seu destino. Durante a coletiva de imprensa no festival, Almodóvar foi enfático ao afirmar que “este filme é a favor da eutanásia” e que acredita que a prática deveria ser “uma possibilidade em todo o mundo”.

A eutanásia foi legalizada na Espanha, país natal de Almodóvar, em 2021, mas o diretor defende que “deveria haver a possibilidade de ter eutanásia em todo o mundo”.

Segundo ele, essa decisão deve ser “regulada” e médicos deveriam “poder ajudar seus pacientes” nessa escolha. O filme explora como Martha, ao lado de Ingrid, decide “assumir sua vida e sua morte em suas próprias mãos”, mesmo que isso signifique agir “como se fossem criminosas”.

Tilda Swinton, em suas declarações durante o festival, demonstrou apoio à visão do diretor. A atriz afirmou que não teme a morte e que “um dos aspectos que este filme retrata é a autodeterminação”.

Ela complementa: “Eu pessoalmente não tenho medo da morte, nem nunca tive. Acho que toda a jornada em direção à aceitação da morte pode ser longa para algumas pessoas, mas, por algum motivo, por causa de certas experiências em minha vida, eu tomei consciência disso cedo. Sei que está vindo. Eu sinto que está vindo, eu vejo que está vindo.”

Julianne Moore destacou que, apesar de o filme ter como tema central a morte, ele também pode ser visto como uma celebração da vida.

Ela ressalta: “Há uma força vital tremenda nos filmes de Pedro, e é isso que todos nós respondemos. É quase como, quando você está assistindo a esses filmes, você pode ouvir o batimento cardíaco de todos.” O filme também reflete sobre questões existenciais: “O que significa estar vivo? O que significa ser um ser humano? O que significa ter um corpo? O que significa ter um amigo? O que significa ter uma testemunha?”, pontua Moore.

Além disso, o longa retrata uma rara e profunda amizade feminina entre duas mulheres mais velhas. Tilda Swinton descreveu a história como um “conto de amor” essencial: “É realmente uma história de amor entre Ingrid e Martha. E quando eu digo amor, quero dizer aquela coisa realmente essencial, aquela amizade essencial que está no coração de todo amor, espero.”

Moore enfatizou a importância dessa relação: “Nós raramente vemos uma história sobre amizade feminina, especialmente entre amigas mais velhas. Não sei se há outro cineasta no mundo que faria isso além de Pedro.”

A produção, realizada pela El Deseo, produtora de Almodóvar, será distribuída pela Sony Pictures Classics em diversos territórios, incluindo América do Norte, Oriente Médio, Índia, África do Sul, Austrália e Nova Zelândia, com estreia nos cinemas marcada para 20 de dezembro.

Com uma abordagem sensível e reflexiva, Almodóvar propõe uma conversa aberta sobre a eutanásia, ao mesmo tempo em que celebra a vida e a força das relações humanas. 

FONTE: Variety

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