Thor: Ragnarok fez sua estreia nos cinemas brasileiros há uma semana e foi bem recebido pelos fãs e críticos por seu humor, enredo, desempenhos dos atores e trilha sonora. Mas uma grande ausência foi sentida por parte do público: Jane Foster, interpretada por Natalie Portman, que fez par romântico com o herói em seus demais filmes.
A saída da personagem do filme não tem apenas relação com a história do filme, que se passa no universo, mas também possui diversos outros motivos. Entenda mais sobre o assunto abaixo.
O sucesso inicial de Jane Foster
Natalie Portman foi escolhida para ser a protagonista feminina de Thor em 2009 e acabou assinando um acordo para aparecer em três filmes. Após o sucesso do primeiro Thor, em 2011, as coisas paraciam estar tranquilas para Portman e sua personagem, Jane Foster.
Introduzida nos quadrinhos da Marvel, Jane Foster era uma enfermeira que se tornou médica antes de ser diagnosticada com câncer e acabar até mesmo assumindo o manto de Deusa do Trovão. Para seu debute no Universo Cinematográfico da Marvel (UCM), sua história de origem sofreu uma repaginada: ela era uma astrofísica renomada, reconhecida mundialmente, e foi a primeira humana a entrar em contato com Thor após ele ser exilado na Terra. Como ela teve certo destaque no primeiro filme, as expectativas eram boas para a sequência.
Só que todos já sabemos que Thor: O Mundo Sombrio está longe de ser um dos filmes favoritos do público, mas sua recepção apenas mediana não foi o motivo exato de Jane Foster ser limada de Thor: Ragnarok e até mesmo do UCM. Muitas informações apontam que o verdadeiro motivo está por trás das câmeras.
Nos meses seguintes após o lançamento do primeiro filme do Thor, era preciso escolher alguém para assumir o posto de diretor, que ficou vago após a saída de Kenneth Branagh. Em outubro de 2011, Patty Jenkins foi a escolhida, o que a transformaria na primeira diretora a assumir um filme de super-herói com um orçamento enorme. Vale lembrar que nessa época, Portman já considerava dar um tempo nas filmagens para poder se dedicar ao seu filho recém-nascido. Mas a informação de que Jenkins assumiria a direção fez a atriz se interessar no projeto, pois tinha interesse em trabalhar com a responsável pela direção de Monster: Desejo Assassino. Thor: O Mundo Sombrio teve sua data de lançamento marcada para novembro de 2013 e tudo parecia certo.
Os problemas de Thor: O Mundo Sombrio
O primeiro problema é que o casamento entre Patty Jenkins e a Marvel não durou muito. Menos de 2 meses após assinar contrato, a diretora abandonou o projeto. Diversas informações sobre o que causou a ruptura surgiram, mas acredita-se que as velhas e conhecidas diferenças criativas foram responsáveis pela desistência de Jenkins. Informações do site The Hollywood Reporter afirmaram que Jenkins foi demitida sem um aviso prévio e que Portman ficou preocupada por conta disso. O contrato de três filmes que assinou obrigava o retorno da atriz para a sequência, mas pareceu ser o principal ponto que estremeceu sua relação com a Marvel Studios.
(Posteriormente, enquanto fazia ações promocionais para Mulher-Maravilha, Jenkins apenas disse que abandonou o projeto por não acreditar que era a diretora certa para o filme.)
Por mais que Portman não tenha ficado feliz de ver Jenkins abandonar o projeto, Jane Foster teve um papel de muito mais destaque em O Mundo Sombrio. Após ser possuída pelo misterioso Éter (a Joia da Realidade), Jane e Thor viajam até Asgard para retirar o objeto de seu corpo e interromper a ameaça do vilão Malekith. Só que o longa não passou de mais um filme de quadrinhos genérico, e até mesmo a maior presença em tela de Jane e Loki (Tom Hiddleston) não foi o suficiente para mudar isso.
Os problemas na relação entre Portman e Marvel ficaram ainda mais evidentes quando ela se recusou a participar das refilmagens do filme no meio de 2013. A atriz alegou problemas de agenda, após dizer que estava muito ocupada trabalhando em seu próprio filme na época. Após O Mundo Sombrio, Portman decidiu dar um tempo na indústria para trabalhar em projetos de menor escala. Tanto que só voltou a estrelar um filme de renome em 2015.
A produção de Thor: Ragnarok
Por conta da recepção apenas mediana de O Mundo Sombrio, o terceiro filme do Deus do Trovão chegou a se tornar dúvida. Tanto que Taika Waititi só foi anunciado como diretor de Thor: Ragnarok dois anos após o segundo longa, e se passaram mais dois até o seu lançamento. Jane Foster ficou sumida do UCM nesse meio tempo e foi apenas mencionada em uma cena de Vingadores: Era de Ultron.
Em nenhum momento, durante a produção de Thor: Ragnarok, houve qualquer indicativo de que Natalie Portman retornaria para interpretar Jane novamente. E o produtor executivo e presidente da Marvel Studios, Kevin Feige, confirmou que ela não voltaria em maio do ano passado. Quando perguntada sobre o futuro de Jane alguns meses depois, Portman não aparentou estar triste ao saber que seus dias do UCM tinham acabado.
Agora que Thor: Ragnarok fez sua estreia nos cinemas, já podemos dizer que a decisão de eliminar Jane de uma vez da franquia (incluindo Darcy e o Dr. Erik Selvig) acabou resultando naquele que muitos consideram o melhor dos três filmes do herói. E, talvez, a melhor adição do filme seja a nova protagonista feminina, Valquíria, muito bem interpreta por Tessa Thompson. A guerreira asgardiana beberrona já caiu nas graças do público, graças ao fato de que ela teve mais caracterização e profundidade do que Jane Foster.
Não é uma coincidência ver que o melhor filme do herói, para muitos, possui a liderança feminina mais convincente até o momento. Ainda assim, muitos fãs podem não gostar do fato de que Jane e Thor terminaram seu namoro fora de tela. Enquanto isso, Kevin Feige chegou a dizer que “queriamos que Thor encontrasse alguém que fosse igual a ele”, o que parece uma forma meio injusta de eliminar a presença da astrofísica da franquia. Sim, a história de Thor: Ragnarok poderia ter sofrido com a presença de personagens humanos, mas essa é a segunda vez que o UCM encerra um namoro longe das telas (o primeiro caso foi entre Tony Stark e Pepper Potts), o que é um indicativo de que personagens femininas são descartáveis para a Marvel, pelo menos em uma primeira impressão.
Em suma, tudo indica que Jane Foster não deve mais aparecer no UCM. Qualquer chance da personagem assumir o manto do herói, como ocorreu recentemente nos quadrinhos, já não existe mais. Kevin Feige já deixou as portas abertas para a aparição de uma versão feminina do Thor no futuro, e já até introduziram a candidata perfeita, que é a Valquíria de Tessa Thompson. Mas se considerarmos que a Marvel levará mais de uma década para fazer uma heroína estrelar seu próprio filme (Capitã Marvel, que estreia em 2019), é melhor não criar muitas expectativas.
Fonte: Screen Rant
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