A Tia May jovem e estilosa interpretada por Marisa Tomei no Universo Cinematográfico da Marvel foi uma das maiores mudanças em relação aos quadrinhos e adaptações anteriores do Homem-Aranha. E, para muitos fãs, essa escolha acabou afetando o desenvolvimento do Peter Parker como herói.
Nos quadrinhos clássicos, a Tia May sempre foi retratada como uma senhora idosa, frágil e dependente dos cuidados do sobrinho. Essa condição criava um peso extra na vida do Peter Parker, que precisava conciliar o papel de estudante, herói e, ao mesmo tempo, “homem da casa”. Já no UCM, a versão mais jovem e independente da personagem mudou completamente essa dinâmica.
Uma Tia May moderna e sem drama social
No cinema, a Tia May do UCM era ativa, saudável e trabalhadora. Ela dava estabilidade ao Peter, que a via como uma amiga e mãe, mas não precisava se preocupar com responsabilidades domésticas ou financeiras. Isso deixou o Homem-Aranha de Tom Holland com uma vida mais leve no início, sem o peso dramático das histórias clássicas.
Mesmo com a famosa frase “Com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades” sendo dita por ela em Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa, seu papel no arco de amadurecimento do herói não foi o mesmo. Nos quadrinhos, essa lição — que originalmente surgiu do narrador em Amazing Fantasy #15, e só depois foi atribuída ao Tio Ben — sempre esteve ligada à necessidade de Peter cuidar da Tia May após a morte do tio.
O que o UCM perdeu com essa mudança
Ao retirar o elemento de vulnerabilidade da Tia May, o UCM deixou de mostrar o Peter Parker enfrentando dramas sociais intensos, como dificuldades financeiras, dívidas e a responsabilidade de sustentar a família. Essa foi uma das marcas do personagem em HQs e filmes como o do Tobey Maguire, onde até momentos simples — como a cena da Tia May dando dinheiro de aniversário ao Peter mesmo endividada — carregavam grande peso emocional.
Agora, com a morte da Tia May no UCM, o próximo filme do Homem-Aranha promete um Peter mais próximo de sua essência clássica: sozinho, pobre e enfrentando o mundo por conta própria. Ainda assim, a ausência da dinâmica de cuidar de uma tia frágil deixa uma lacuna que o público nunca verá nessa versão cinematográfica.
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