O segundo episódio de Uzumaki trouxe uma experiência bastante decepcionante para os fãs, especialmente após o primeiro episódio ter sido recebido com elogios por sua qualidade artística inovadora.
Na estreia, o uso da rotoscopia e dos modelos 3D para trazer o mangá de Junji Ito à vida foi impressionante, criando uma atmosfera densa e aterrorizante.
No entanto, o segundo episódio apresentou uma queda significativa na qualidade da animação, deixando claro que houve problemas de produção, provavelmente causados pelos atrasos da pandemia de Covid-19.
Essa mudança na qualidade visual foi acompanhada por alterações na equipe de produção de Uzumaki.
O diretor original, Hiroshi Nagahama, foi substituído por Yūji Moriyama. Nagahama, que havia sido responsável pela direção do primeiro episódio, continuou creditado apenas como criador dos storyboards e pelo design de personagens em 3D, sugerindo que sua participação na produção estava cada vez mais limitada.
Esse fator contribuiu para a descontinuidade visual e a falta de coesão artística que impactaram negativamente a experiência de assistir ao episódio.
Além disso, o segundo episódio foi amplamente terceirizado para a Phoenix Animation Holdings, uma empresa de animação chinesa, o que se refletiu na qualidade inferior das cenas.
A produção do episódio também sofreu com a quantidade excessiva de diretores de animação, o que tornou o episódio inconsistente e com uma sensação de apressamento, comprometendo a fluidez da narrativa e a profundidade visual que caracterizou o primeiro episódio.
Narrativamente, o episódio tentou adaptar cinco capítulos do mangá de forma apressada, resultando em uma trama desconexa e mal estruturada.
Personagens são apresentados e rapidamente descartados, o que prejudica o impacto emocional das cenas mais grotescas e aterrorizantes, como a transformação dos colegas de classe em caracóis, um momento que poderia ter sido mais perturbador se houvesse uma preparação adequada.
O episódio também apresentou uma sequência desordenada de eventos, como o cabelo de Kirie ganhando vida própria, a transformação súbita de colegas de classe, e até mesmo a tentativa de resgatar seu irmão de um farol em chamas.
Essas cenas foram dispostas sem o devido desenvolvimento narrativo, tornando difícil para os espectadores se conectarem emocionalmente com o que estava acontecendo.
Em suma, o segundo episódio de Uzumaki destaca os desafios que a série enfrentou em sua produção, resultando em uma adaptação inconsistente e fragmentada.
A falta de coerência artística e a falta de desenvolvimento emocional dos personagens acabaram prejudicando a obra, que havia sido muito aguardada pelos fãs do mangá.
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