Pouca gente sabe, mas Michael Jackson — o eterno Rei do Pop — quase se tornou o Homem-Aranha. E não apenas nas telas: ele chegou a tentar comprar a Marvel Comics para transformar o sonho em realidade. A história aconteceu durante um dos períodos mais turbulentos da editora, quando a empresa enfrentava uma grave crise financeira nos anos 1990.
Na época, a Marvel estava à beira da falência após uma combinação de problemas no mercado de quadrinhos: excesso de títulos, queda nas vendas e o fim da bolha de colecionadores que inflava os preços das HQs. Em meio a essa situação, Jackson enxergou uma oportunidade única — e, ao mesmo tempo, uma chance de viver um dos personagens mais populares do mundo.
Michael Jackson e o sonho de ser o Homem-Aranha
De acordo com relatos de Taj Jackson, sobrinho do cantor, Michael não apenas cogitou a compra da Marvel, como chegou a discutir o assunto diretamente com Stan Lee, criador de boa parte dos heróis da editora.
“Ele queria fazer isso com Stan Lee. Eles estavam conversando e discutindo sobre isso. Infelizmente, não aconteceu”, contou Taj em entrevista ao podcast Popcorned Planet.
O plano era simples (pelo menos na cabeça de Jackson): comprar a Marvel, produzir um filme do Homem-Aranha e estrelar o longa como Peter Parker. Naquele momento, o personagem ainda não havia conquistado o cinema, e franquias como ‘X-Men’ e ‘Homem-Aranha’ de Sam Raimi estavam anos de distância de acontecer.
Michael era fã assumido dos quadrinhos e já demonstrava interesse por atuações cinematográficas, como se viu em seus videoclipes e participações no cinema — o mais famoso, o curta-metragem Thriller, dirigido por John Landis.
A proposta e o fracasso da negociação
Embora tivesse dinheiro e influência, o projeto enfrentou obstáculos desde o início. O cantor não tinha experiência empresarial suficiente para lidar com a complexa estrutura de uma editora como a Marvel. Além disso, as polêmicas e acusações que cercavam seu nome na década de 1990 tornaram a proposta arriscada para investidores e para a própria marca, que tinha grande apelo com o público infantil.
Com o tempo, o plano acabou sendo abandonado. A Marvel, por sua vez, encontrou outro caminho para sair da crise: vendeu os direitos cinematográficos de personagens como Homem-Aranha, X-Men e Quarteto Fantástico, o que mais tarde pavimentaria a criação do Universo Cinematográfico Marvel (UCM).
A virada da Marvel
A recuperação começou em 1998 com o sucesso inesperado de ‘Blade – O Caçador de Vampiros’, que provou que filmes baseados em quadrinhos poderiam ser lucrativos. A partir daí, vieram produções como ‘X-Men’ (2000) e ‘Homem-Aranha’ (2002), até que a Disney adquiriu a Marvel Entertainment em 2009, transformando-a em uma das marcas mais poderosas da história do entretenimento.
Hoje, é curioso imaginar o que teria acontecido se Michael Jackson realmente tivesse conseguido seu objetivo. Talvez o mundo tivesse visto um Homem-Aranha cantando “Beat It” entre um salto e outro pelos prédios de Nova York — e a história dos super-heróis no cinema poderia ter sido completamente diferente.
Seja o primeiro a comentar