Veterano da BioWare explica porque Anthem não recebeu mais suporte da EA

Cheyna Corrêa (Texto: Vinícius Miranda)

Veterano da BioWare explica porque Anthem não recebeu mais suporte da EA
Anthem - Divulgação: Eletronic Arts

Com a aquisição da EA se aproximando, os desenvolvedores da BioWare enfrentam um cenário incerto sobre o futuro do estúdio. 

A participação do Saudi PIF no negócio aumentou as preocupações de muitos na indústria sobre a liberdade criativa da BioWare, especialmente no que diz respeito à abordagem de temas LGBT+ em seus jogos. Essa apreensão é reforçada pelo histórico recente da desenvolvedora, que passou por anos de lançamentos mistos e projetos controversos.

O peso do fracasso de Anthem

Um dos maiores pontos negativos na história recente da BioWare é o fracasso de Anthem. Inicialmente apresentado como um multiplayer ambicioso, capaz de rivalizar com Destiny, o jogo acabou sendo fechado devido à falta de conteúdo e uma experiência considerada monótona pelos jogadores. 

Apesar de apresentar mecânicas de voo elogiáveis, isso não foi suficiente para salvar o título, e a EA não deu ao projeto o tempo necessário para se recuperar — algo que outras franquias receberam, como Battlefield 4 e No Man’s Sky.

Diferença de tratamento entre franquias

O veterano da BioWare, Mark Darrah, explicou em seu canal no YouTube porque Anthem não recebeu o mesmo apoio. Enquanto franquias consolidadas, como Battlefield e The Sims, foram vistas como “grandes demais para falhar” e tiveram tempo para ajustes após lançamentos fracos, Anthem era uma IP nova, sem garantias de sucesso imediato. 

Darrah afirmou:

Battlefield tinha histórico de vendas acima de 10 milhões de cópias, então era visto como um gigante que valia a pena salvar. Anthem não tinha nada disso; não era óbvio que seria grande.

Estrutura interna da BioWare também pesou

Outro fator que contribuiu para o destino de Anthem foi a própria estrutura da BioWare. Com múltiplas IPs de sucesso, como Dragon Age e Mass Effect, o estúdio podia simplesmente voltar a investir em títulos já consagrados, sem precisar apostar todos os recursos em um projeto novo. 

Já o estúdio DICE, responsável por Battlefield, não tinha essa opção: “Suas escolhas eram consertar Battlefield 4 ou fechar o estúdio”, explicou Darrah.

O futuro incerto

Com a aquisição da EA, as decisões sobre quais projetos terão prioridade e como a BioWare poderá abordar temas sensíveis ainda estão por vir. O estúdio terá que equilibrar sua reputação de narrativa profunda e inclusiva com a nova direção corporativa, enquanto lida com o legado de lançamentos problemáticos. 

Anthem continua sendo um lembrete do risco de apostar em novas IPs sem o respaldo total da publisher, enquanto o futuro da BioWare agora depende da visão estratégica de investidores e da capacidade do estúdio de se reinventar.

O desafio será grande: manter a identidade criativa da BioWare em meio a mudanças corporativas e pressões de mercado, garantindo que suas próximas aventuras, sejam em Dragon Age, Mass Effect ou novas IPs, consigam reconquistar a confiança dos fãs.

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