A atriz Winona Ryder, conhecida por seus papéis icônicos em filmes como Os Fantasmas Se Divertem e Atração Mortal, abriu o jogo sobre os episódios de assédio sexual que enfrentou em sua carreira, especialmente durante os seus 20 e 30 anos.
Em uma entrevista recente à Esquire, a atriz contou como essas experiências afetaram sua relação com a indústria cinematográfica, chegando a “amargar” sua vontade de atuar.
Ryder relatou que teve algumas “experiências difíceis” com pessoas que a assediaram de forma “incrivelmente inadequada”.
Ela esclareceu que, apesar de não ter sofrido agressões físicas, as situações foram “perturbadoras e selvagens”. Segundo a atriz, a visibilidade que conquistou como jovem estrela ajudou a limitar esses episódios: “Tive sorte de que isso ‘não acontecia tanto’ comigo porque eu era uma atriz reconhecida”.
No entanto, os momentos de assédio deixaram marcas profundas. “Lembro desse sentimento: você está negociando mentalmente, pensando no que vai acontecer se disser algo. Está processando tudo enquanto essa pessoa está sendo extremamente estranha”, comentou Ryder.
Além disso, Winona revelou episódios específicos envolvendo o ex-produtor de Hollywood, Harvey Weinstein, atualmente preso por acusações de abuso sexual.
Ela afirmou que foi “excluída” pela Miramax até 2005, após um incidente em que, supostamente, “ofendeu” Weinstein ao estender a mão para cumprimentá-lo durante uma reunião.
“O tempo todo em que eu deveria ter uma reunião com [Harvey Weinstein], fui ao escritório da Miramax e estendi minha mão e ele apertou minha mão, sentei no sofá, tivemos uma conversa e eu fui embora”, relembrou. “Depois disso, fui repreendida por um agente: ‘O que diabos você fez?’ Eu fiquei sem entender. Aparentemente, o ofendi porque estendi minha mão?”
Outro incidente aconteceu no set do filme A Casa dos Espíritos em 1993, quando Weinstein visitou seu trailer para convidá-la a interpretar o papel principal na adaptação de 1998 da peça The Rise and Fall of Little Voice.
Ryder sugeriu outra atriz para o papel, o que deixou o produtor visivelmente desconfortável. Ela acredita que, desde então, Weinstein se recusou a contratá-la e tentou impedir outros de fazê-lo, porque ela “sabia demais” sobre seus comportamentos: “Ele não gostava de mim”, afirmou.
Apesar desses desafios, Winona Ryder continuou sua carreira no cinema e na TV, retornando aos holofotes com papéis em produções como O Homem Duplo, Cisne Negro e na série de sucesso da Netflix, Stranger Things.
Ela ainda ressaltou a dificuldade de reconhecer o impacto emocional desses eventos até recentemente, quando os compartilhou com sua colega de elenco em Os Fantasmas Ainda Se Divertem, Jenna Ortega. “Enquanto eu contava, pensei, ‘Jesus Cristo, isso é realmente muito louco’”.
Winona Ryder revelou que chegou a se acostumar a “desviar” de avanços indesejados, utilizando uma atitude de indiferença: “Se alguém estava sendo inadequado ou me cantando enquanto estava bêbado, eu apenas fazia, ‘Ha ha!’ Você meio que reage assim. ‘Ha ha!’ Inapropriado? Eu lidei com isso. Mas me tocar? Isso me parecia muito invasivo.”
A atriz admitiu que a série de assédios acabou impactando sua visão de Hollywood: “Acho que, em retrospecto, isso realmente azedou minha relação com fazer filmes.”
Enquanto Hollywood continua a enfrentar questões sobre assédio e má conduta, Winona Ryder se junta a uma crescente lista de atrizes que, finalmente, estão compartilhando suas histórias e suas verdades, ajudando a trazer à tona um problema que afeta a indústria há décadas.
FONTE: EW
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