Tem gente que gosta de chegar cedo para um evento especial – mas que tal quase dois dias antes? Desde a tarde da última quinta-feira (30), cinco pessoas acamparam ao relento na frente do Shopping Ibirapuera, em São Paulo, para a inauguração da primeira loja física da fabricante chinesa Xiaomi no Brasil.
Para estar lá, um rapaz suspendeu as aulas de música na escola em que é professor. Outro fez home office direto da praça de alimentação do shopping, trabalhando durante o dia enquanto os amigos guardavam lugar na fila. Em suas mochilas, um suprimento invejável: troca de roupas, frutas, bolachas, cápsulas de cafeína e até um cantil de água de 10 litros.
Na manhã deste sábado (1°), quando a primeira loja da Xiaomi no Brasil finalmente abriu, havia uma fila de mais de mil pessoas, dobrando quarteirões em torno do shopping em Moema, na zona sul da capital paulista. Elas estavam interessadas em conhecer os produtos da quarta maior fabricante de smartphones do mundo, ganhar brindes e ter descontos agressivos.
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Para promover os lançamentos, a chinesa vendeu o Mi 9, seu smartphone topo de linha, por R$ 2,8 mil, bem abaixo dos R$ 4 mil cobrados normalmente. O estoque promocional durou apenas 40 minutos. Além de celulares, a empresa também trouxe ao Brasil um portfólio que beira a centena de produtos, incluindo robôs aspiradores de pó, patinetes elétricos, drones e equipamentos para a casa conectada.
Importado hoje, fabricado no Brasil no futuro
Para estar no mercado brasileiro, a Xiaomi fechou uma parceria com a fabricante de eletrônicos DL, de Santa Rita do Sapucaí (MG), que cuidará de distribuição e vendas dos aparelhos no País. Por enquanto, os produtos serão importados da China, mas não estão descartados planos para fabricação local a longo prazo.
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“Queremos mostrar a experiência Xiaomi para os brasileiros: a ideia é que o consumidor use o smartphone, mas também uma pulseira inteligente ou um robô, de forma integrada”, diz Luciano Barbosa, diretor de produtos da DL e líder do projeto da Xiaomi no País.
Os defensores da Xiaomi
Todos os dias, um grupo de pessoas que poderia lotar um estádio de futebol acompanha pela internet discussões sobre uma marca cujo nome ninguém sabe pronunciar direito.
O motivo? A paixão pelo custo-benefício dos produtos da Xiaomi, fabricante chinesa que, após anos afastada, retornou ao mercado brasileiro há cerca de um mês. Reunidos em grupos no Facebook, os fãs da empresa fortalecem a marca no País e são peça importante em sua estratégia de marketing.
Hoje, dois grupos disputam o “trono” de principal fórum de discussões sobre a marca no Facebook: mais antigo, o Xiaomi Brasil tem mais de 70 mil membros. Já o Xiaomi Brasil 2.0 é maior: tem 120 mil pessoas.
Nesses espaços, os “mi fãs”, como são chamados os fãs da marca, trocam informações sobre produtos, pedem dicas de compras, tiram dúvidas sobre problemas técnicos e, claro, se gabam em selfies com seus “novos brinquedinhos”. Além de fabricar celulares, a marca tem vasta gama de produtos, de drones e patinetes elétricos a mochilas e panelas, tudo “conectado”.
Os grupos afirmam não ter nenhuma parceria oficial com a Xiaomi ou varejistas. “Não fazemos propaganda”, diz Igor Silva, um dos moderadores do Xiaomi Brasil 2.0. “Somos uma ferramenta de suporte ao usuário da empresa: ajudamos as pessoas e desejamos ser apenas um grupo de fãs.”
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